Documentos registram envio rotineiro de informações; agência contesta nos bastidores necessidade de operação.
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) enviou em 11 de abril ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à Polícia Federal uma planilha contendo a lista de números de telefones monitorados pelo órgão durante o governo Jair Bolsonaro (PL) por meio do software espião israelense adquirido em 2018.
Documentos obtidos pela Folha citam que a lista, enviada por meio de um pendrive, continha o número do telefone, o caso a que ele estava relacionado e, em algumas situações, o nome da pessoa que utilizava o aparelho, segundo a Folha.
Agentes da Abin contestam nos bastidores a necessidade da busca e apreensão pedida pela PF e autorizada por Alexandre de Moraes, do STF, sob o argumento de que a agência jamais se negou a atender a pedidos da corporação ou a ordens do Judiciário.
Os documentos trocados desde março mostram que houve um frequente envio de informações da agência para a PF e o STF desde março, quando veio à tona a informação, publicada pelo jornal O Globo, de que a Abin havia usado o software FirstMile para monitorar a localização de pessoas.
Na última sexta-feira (20), a Polícia Federal realizou operação em investigação que apura a suspeita de que a agência usou o programa, durante o governo Bolsonaro, para monitorar ilegalmente celulares de jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente.