Dados de 30 mil monitoramentos foram recuperados pela Polícia Federal (PF), que averiguou que informações foram deletadas recentemente.
A Polícia Federal (PF) confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apagou os dados dos 30 mil monitoramentos alvos da Operação Última Milha após o início do inquérito sobre o uso do sistema First Mile, reforçando a suspeita de que houve uma tentativa de obstruir a investigação, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.
Os arquivos apagados já foram restaurados, segundos fontes a par da investigação, e a PF tenta agora descobrir quem foi o usuário da Abin responsável pela tentativa de eliminar as provas.
O pedido da PF para fazer uma busca e apreensão na última sexta-feira (20/10) veio justamente porque se suspeitava que agentes da Abin estavam atuando para obstruir a investigação. Em várias ocasiões, a Abin negou pedidos da PF de acesso aos arquivos e às máquinas em que era usado o First Mile.
A suspeita de que a cúpula da Abin estava tentando obstruir a investigação vem desde o primeiro semestre, quando o caso veio à tona.
Em março, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu a abertura de um inquérito para apurar o caso após reportagem de Dimitrius Dantas, Patrik Camporez e Thiago Bronzatto mostrar que o First Mile pode ter sido usado para monitorar pessoas de maneira ilegal.