O dia em que Bolsonaro plantou as sementes de um Estado policial

O dia em que Bolsonaro plantou as sementes de um Estado policial

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Era permitido grampear telefones de pessoas consideradas inimigas do governo.

Quem não lembra? Foi a única vez que as entranhas do Poder foram expostas em carne viva. Bolsonaro e seus ministros sentados à mesa semioval de um dos salões do Palácio do Planalto; Bolsonaro apoplético, a queixar-se da falta de informações confiáveis para que pudesse governar; ministros tensos com os gritos que ouviam.

Os trechos mais explosivos da reunião gravada foram ao ar na TV e no rádio por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. E confirmaram a suspeita compartilhada por muitos: estava nascendo no Brasil um Estado policial. Ou melhor: Bolsonaro plantava as sementes de um Estado policial.

O dia 22 de abril de 2020, quando a pandemia do Covid começava sua colheita de vidas ante a falta de resistência do governo, foi a porta que se abriu para a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, a entrada no seu lugar de André [terrivelmente evangélico] Mendonça e a ascensão do delegado Alexandre Ramagem.

Moro foi embora acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal. As provas? Bolsonaro forneceu-as ao dizer coisas do tipo:

“Prefiro não ter informação do que ser desinformado pelo sistema de informações que eu tenho”.

*Blog do Noblat

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