Na operação Última Milha, a Polícia Federal obteve evidências de que o Exército também contratou o software israelense usado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) num esquema ilegal de monitoramento de adversários do governo Bolsonaro. A informação é de Malu Gaspar, em seu blog no Globo. Os documentos com essas informações foram coletadas pela PF ao cumprir um mandato de busca e apreensão em Florianópolis (SC), onde está a sede da empresa Cognyte, que fornece o programa de monitoramento.
A PF cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e prendeu dois ex-agentes da Abin no âmbito da operação Última Milha. Outros 20 suspeitos de operar o mecanismo de forma irregular também são investigados. Todos os suspeitos foram intimados para prestar depoimentos simultâneos na sede da PF em Brasília.
O programa First Mile, que permite rastrear a localização das pessoas por meio dos metadados fornecidos pelas antenas de celular a torres de telecomunicações, é uma das ferramentas de espionagem fornecidas pela empresa israelense.
Em março, o GLOBO revelou que o software vinha sendo usado para monitorar a localização de milhares de pessoas sem autorização judicial, sob a alegação de necessidade por “segurança de Estado”. Na época, a Abin era comandada por Alexandre Ramagem, atual deputado federal do Rio de Janeiro pelo PL.