Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira a permissão da entrada de 20 caminhões de ajuda humanitária a Gaza por Rafah, fronteira com Egito, depois de uma conversa por telefone com o líder egípcio Abdul al-Sisi. A declaração foi feita a repórteres que o acompanhavam em sua viagem de retorno após uma visita a Israel.
Biden alertou, no entanto, que a autorização poderia ser suspensa caso os suprimentos sejam confiscados pelo Hamas ou tenham sua entrada impedida pelo grupo.
Segundo disse Biden, as entregas devem começar apenas na sexta, considerando que o Egito precisará reparar os danos na estrada que liga o país ao enclave palestino. A Casa Branca informou que ambos os líderes concordaram em trabalhar juntos para dar uma resposta internacional que atenda ao apelo da ONU.
O acordo com o Egito foi anunciado horas depois de Israel e EUA concordarem com a entrada de “alimentos, água e remédios para a população civil”. Nenhuma menção foi feita ao combustível, que é necessário para a única usina elétrica de Gaza — que está parada há dias —, que atende os geradores de hospitais e as bombas de extração de água, .
Nesta quinta-feira, as Nações Unidas alertaram para uma crise humanitária em Gaza, afirmando que seriam necessários cerca de 100 caminhões por dia para levar suprimentos à população afetada.
Segundo o coordenador de emergência da ONU, Martin Griffiths, esta costumava ser a quantidade entregue pelo programa de ajuda da organização antes mesmo no início do conflito, em 7 de outubro, que eclodiu após um amplo ataque terrorista do Hamas em território israelense.
“Os dois líderes discutiram a coordenação contínua para fornecer assistência humanitária a Gaza e mecanismos para garantir que a ajuda seja distribuída para o benefício da população civil”, informou nota da Casa Branca.
Além da abertura de um corredor humanitário, a ONU também fez um apelo de US$ 294 milhões para atender a emergência. A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) conta com 14 mil trabalhadores humanitários para apoiar a distribuição de mantimentos.
Griffiths ressaltou em entrevista à CNN europeia que os suprimentos iriam para civis, não para membros do Hamas, que controlam a Faixa de Gaza desde 2007 — onde moram cerca de 2,4 milhões de pessoas.