Convidado ao GGN desta terça-feira (10), Davi Windholz, presidente da ONG internacional Mãos para a Paz, foi categórico ao afirmar que a guerra entre Israel e Hamas é um conflito de lideranças da extrema direita e fundamentalistas, tendo em vista que cerca de 70% da população é favorável a um acordo de paz.
Windholz trabalha com educação para aproximar muçulmanos e judeus, sejam eles crianças, jovens ou adultos. Ele entrega que a sua atuação é inspirada no educador Paulo Freire e defende que ambos os povos têm proximidade por compartilharem as mesmas origens.
“O povo judeu tem relação atual com Israel e com a Cisjordânia, do ponto de vista histórico e religioso. Nós, judeus, temos relação com a Cisjordânia, com aquilo que está no Estado Palestino, seja na caverna dos pais, na caverna das mães, onde estão enterradas, várias cidades históricas judaicas que estão na região da Cisjordânia”, afirma o presidente da Mãos para a Paz.
O mesmo acontece na Palestina, que na Primeira Guerra Árabe-Israelense, entre 1947 e 1949, perdeu mais de 300 aldeias que hoje são parte do território israelense.
“Separar esses dois estados é como se você cortasse um membro do seu corpo e você não fosse inteiro. Então, a ideia é criar dois estados na Fronteira de 1967, mas que judeus possam ser cidadãos israelenses, mas residir na Palestina, abaixo do Estado Palestino e palestinos possam ser cidadãos palestinos e pedir residência em Israel, abaixo do governo de Israel. Algo como a União Europeia, só que uma micro União Europeia”, sugere Windholz.
Impeditivos
Apesar do grande apoio popular pelo fim dos conflitos, a criação do Estado Palestino encontra “resistências maiores no dogmatismo das narrativas”. “Infelizmente, os dois lados mantêm em sua maioria a narrativa de que é eu ou ele. Digo isso nas lideranças mais ativas. Do lado de Israel, o governo de Benjamin Netanyahu e o Hamas, de outro lado”, continua o entrevistado do 20H.
*GGN