Após se tornar réu por transfobia, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi às redes sociais culpar a irmã adolescente. No ano passado, ele divulgou um vídeo expondo uma estudante trans de 14 anos no banheiro de uma escola de Belo Horizonte (MG) e, nesta quinta (31), o Tribunal de Justiça do estado aceitou a denúncia do Ministério Público (MP), diz o DCM.
O vídeo foi gravado por sua irmã, que abordou a adolescente trans no banheiro feminino da escola. Ele publicou o conteúdo no seu canal do YouTube e tentou promover boicote contra a instituição, dizendo que haveria “doutrinação” e “travesti no banheiro”.
Após a denúncia ser aceita, no entanto, ele se defendeu nas redes e alegou que não foi o responsável pela gravação. Mesmo sendo alvo da Justiça, ele continua atacando a adolescente e se referindo a ela como “o trans”.
“Eu não filmei nenhum vídeo, foi minha irmã (menor de idade) que filmou o trans dentro do banheiro feminino da escola dela. Momento nenhum mostro o rosto ou identidade do trans no vídeo que denunciei, como irmão e cidadão. A justiça recebeu a denúncia, que é um procedimento padrão. O resto é narrativa e perseguição”, afirmou no Twitter.
O MP pediu que Nikolas fosse investigado por “deslegitimar” a vítima por negar “a tratá-la de acordo com o gênero e nome correspondente e pretendendo coibir a utilização do banheiro de acordo com o gênero que melhor lhe representa”.
Eu não filmei nenhum vídeo, foi minha irmã (menor de idade) que filmou o trans dentro do banheiro feminino da escola dela. Momento nenhum mostro o rosto ou identidade do trans no vídeo que denunciei, como irmão e cidadão. A justiça recebeu a denúncia, que é um procedimento…
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) September 21, 2023