A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) foi vítima de um novo ataque transfóbico nesta terça-feira (19). Durante a votação do projeto de lei que propõe proibir o casamento homoafetivo, o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) se referiu a parlamentar com pronomes masculinos.
A votação, que foi adiada para a próxima quarta-feira (27), é realizada pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.
Segurando uma Bíblia, Isidório disse que “Deus criou naturalmente homem e mulher, que é igual a filhos. Dois homens ou duas mulheres em uma ilha não vai encontrar nada”.
Além disso, o parlamentar classificou como “fantasia” pessoas que realizam procedimentos de redesignação sexual. “Respeitando o direito fantasioso de qualquer homem ou mulher querer fazer o que quiser com seu corpo, precisamos também do respeito à nossa fé”, disparou.
Em seguida, Erika disse que a declaração era “absurda”. Isidório, por sua vez, disse que “a Bíblia não é um absurdo” e chamou a deputada de “amigo”.
A discussão da proposta começou no início de setembro, mas foi interrompida por um pedido de vista após a leitura do parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE). O projeto busca estabelecer que as relações homoafetivas não podem ser equiparadas ao “casamento tradicional”.
O projeto de lei contraria a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabeleceu a união estável entre casais do mesmo sexo como uma entidade familiar.
Para elaborar o relatório, Eurico analisou nove projetos de lei relacionados ao tema que estão em tramitação na Câmara. Entre eles, estava o projeto proposto em 2007 pelo então deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP), que defendia o casamento homoafetivo. Eurico, no entanto, optou por incluir no texto um trecho que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
*Com DCM