O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19). Os dois líderes têm o primeiro encontro bilateral marcado para esta quarta-feira (20/9).
Em sua fala, Lula citou o conflito na Ucrânia, ao defender que a guerra “escancara a incapacidade coletiva” dos países-membro de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. No entanto, não condenou diretamente a Rússia, ao contrário do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que discursou em seguida.
Lula também cobrou negociações e condenou sanções à Rússia, que invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. “As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados”, prosseguiu.
Desde que assumiu o governo, Lula tem mantido a tradicional posição brasileira de neutralidade no conflito – ao condenar a invasão de um país soberano, mas sem adotar um posicionamento mais duro com relação ao país liderado por Vladimir Putin.
Lula busca se colocar como um dos possíveis negociadores da paz. No entanto, alega que os dois lados do conflito relutam em aceitar negociar. Falas anteriores do chefe do Planalto chegaram a causar desconforto em Zelensky, como quando ele afirmou que a Ucrânia também tem responsabilidade pelo prolongamento do conflito.