Tão patético quanto o fugitivo que pede Pix é o bolsonarista que topa doar

Tão patético quanto o fugitivo que pede Pix é o bolsonarista que topa doar

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Após o primeiro réu ser condenado pelo STF pelos atos golpistas de 8 de janeiro, um grupo de bolsonaristas foragido da Justiça fez live no Instagram para reclamar, pedir ajuda e solicitar um cascalho. E há quem pague Pix para se tornar cúmplice de fugitivo. Se Jair conseguiu mais de R$ 17 milhões no Pix, sendo o cabeça de um golpe de Estado, seus aliados certamente conseguem tirar algum com o mimimi.

Esdras Jonatas do Santos (há um mandado de prisão aberto contra ele desde fevereiro), José Renato Gasparim Jr. (foragido desde o fim de janeiro, quando teve sua prisão decretada) e Oswaldo Eustáquio Filho (com prisão decretada em 2022 por Alexandre de Moraes, do STF),

Reclamaram do deputado Nikolas Ferreiras (PL-MG) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) por não responderem suas súplicas. E pediram para pressionar o presidente do Paraguai, Santiago Peña, para que não deportasse golpistas presos que estavam no país.

Tarde demais. O blogueiro Wellington Macedo (que foi um dos que plantaram uma bomba em um caminhão de combustível para explodir o aeroporto de Brasília em 24 de dezembro), a empresária Rieny Teixeira (que teria financiado os atos) e o radialista Maxcione de Abreu (acusado de atacar o STF e atuar em tentativa de golpe de Estado) já estão presos na capital federal.

Um dos nomes mais conhecidos entre os golpistas brasileiros, Oswaldo Eustáquio defende há anos pau nas instituições e difunde mentiras, tendo sido condenado por isso, como nos casos contra o deputado Guilherme Boulos e o jornalista Glenn Greenwald.

Trabalhou no ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob o comando de Damares Alves. Já em 2020, ele foi preso pela primeira vez por incentivar atos antidemocráticos. Ficou brigando com a Justiça desde então, apoiando golpismo em 7 de setembro de 2021 e durante as eleições.

Com medo de ser preso, chegou a se refugiar no Palácio do Alvorada, ainda ocupado por Jair Bolsonaro, em 12 de dezembro do ano passado, dia da diplomação de Lula no TSE, após bolsonaristas atacarem a sede da Polícia Federal e queimarem carros e ônibus. Diz que estava lá apenas para uma visita. Ahã.

Moraes ordenou a prisão dele em dezembro, mas, corajoso, fugiu para o Paraguai. Em janeiro, ofereceu ajuda aos golpistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes. Em agosto, o STF pediu para a Interpol colocar o seu nome na lista de procurados internacionais. Eustáquio conseguiu um refúgio temporário no Paraguai.

Não é de se estranhar que o início do julgamento dos golpistas do 8 de janeiro tenha desesperado foragidos como Oswaldo Eustáquio. Se os golpistas com capivara menor pegaram 17 anos, imagina quanto tempo ele, que incentiva atos antidemocráticos, desrespeita decisões judiciais e ataca instituições desde 2020, vai pegar?

Leonardo Sakamoto/Uol

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