O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid contará na sua delação premiada detalhes da relação de Bolsonaro (PL) com veículos de imprensa alinhados ao governo. O militar também deverá falar sobre a proximidade do ex-ocupante do Planalto com a Jovem Pan, canal de notícias que tinha em seu elenco apoiadores públicos de Bolsonaro.
O tenente vai contar como ajudava Bolsonaro a marcar entrevistas com a emissora de rádio e dará detalhes do contato direto do militar com alguns comentaristas e repórteres para alinhamento de discurso, como se fosse um assessor de imprensa do ex-chefe do Executivo federal. A informação foi publicada nesta quarta-feira (13) pela coluna F5.
Investigadores querem mais informações da relação entre Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, que poderão fornecer mais detalhes em três investigações – inquérito das joias, fraudes em cartões de vacina e tentativas de golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes libertou Mauro Cid na semana passada.
O militar estava preso desde maio após acusação de envolvimento em fraudes em cartões de vacina. Ele também é investigado no inquérito das joias. Por lei, presentes de outros países devem pertencer ao Estado brasileiro e não podem ser tratados como patrimônio pessoal. Investigadores apuram se o coronel e outros auxiliares de Bolsonaro tentaram vender itens de luxo no exterior ilegalmente.
Com Mauro Cid, investigadores também podem ter mais detalhes de eventuais tentativas de golpe. Este ano (2023), foi encontrada no celular do tenente a minuta de um golpe de estado com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e de estado de sítio “dentro das quatro linhas” da Constituição.