A Petrobras retirou da lista de vendas de ativos o Polo Urucu, no Amazonas, o Polo Bahia Terra, o Campo de Manati (na Bahia) e a subsidiária da Petrobras na Argentina, a Petrobras Operaciones. A empresa informou que o objetivo é maximizar o valor do portfólio com foco em ativos rentáveis, e “repor as reservas de óleo e gás, inclusive com a exploração de novas fronteiras”. A estatal explicou que esses processos foram retirados da lista de desinvestimentos por ainda terem contratos de venda assinados, segundo O Globo.
De acordo com analistas e fontes do setor, a presença da Petrobras nessas áreas é mais estratégica e funciona como uma sinalização de que a empresa pretende aumentar os investimentos nas regiões. Isso porque tanto os campos em terra da Bahia e do Amazonas têm baixa produção em comparação ao pré-sal, que responde por mais de um terço do total extraído em toda a América Latina.
A Petrobras informou ainda que vai seguir com o processo de venda de sua participação em três térmicas (Brasympe, Suape II e UEG Araucária) movidas a óleo combustível, e consideradas as mais poluentes. Com isso, a estatal, dizem as fontes, sinaliza para a descarbonização de suas operações com maior foco em energias renováveis.
“Essas decisões resultam de um processo de gestão ativa do portfólio da Petrobras, por meio do qual os diversos ativos são constantemente avaliados em linha com os direcionadores estratégicos mais atuais da companhia”.
Após assinar um acordo bilionário com os chineses na semana passada, a Petrobras selou com a MIC Capital Partners, fundo de investimento do grupo Mubadala Capital, fundo soberano dos Emirados Árabes, memorando de entendimentos para desenvolver estudos abrangendo futuros negócios no segmento de biorrefino.
O Grupo Mubadala Capital está em processo de desenvolvimento de projeto de uma biorrefinaria integrada na Bahia após a compra da unidade de Mataripe, que pertencia à estatal. A unidade na Bahia responde por pouco mais de 10% da capacidade de refino do Brasil.
Em nota, a estatal diz apenas que o acordo prevê a avaliação da participação da Petrobras em projeto de biorrefino. “Este projeto reforça o papel do Brasil como fornecedor estratégico de combustíveis renováveis, capitalizando os recursos naturais abundantes presentes no país”, disse a Petrobras.
De acordo com a Petrobras, o memorando de entendimento está alinhado com o objetivo de ampliar os investimentos em combustíveis renováveis.
Além disso, o pré-sal completa 15 anos de produção em setembro com perspectiva de crescimento expressivo nos próximos anos. A estatal prevê instalar 11 novas plataformas para produzir na camada até 2027. Desde dezembro de 2022, a empresa já colocou em produção dois novos sistemas no pré-sal – P-71 no campo de Itapu e FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios – e prevê iniciar a operação da terceira unidade (FPSO Sepetiba, no campo de Mero) até o fim deste ano.
O atual plano Estratégico da Petrobras para o período de 2023 a 2027 destinou US$ 64 bilhões para investimentos em atividades de exploração e produção. Uma parcela de 67% desses recursos será destinada a investimentos no pré-sal. Com os novos projetos somados às unidades já em operação, a estimativa é que a companhia irá produzir um total de 3,100 milhões de óleo equivalente por dia (boed) em 2027, sendo 2,4 milhões boed no pré-sal (parcela própria da Petrobras), o que representará 78% do total da produção.