Como tenho sustentado aqui no Cafezinho, o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, é a verdadeira peça-chave nas investigações que apura os inúmeros crimes ordenados e também praticados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A própria Polícia Federal já reúne provas suficientes de que houve, de fato, um esquema ilegal de venda de joias e outros presentes de alto valor que foram doados por outros chefes de estado. Para quem conhece o modus operandi do clã Bolsonaro, sabe que os esquemas e crimes vulgares são as especialidades do grupo.
Pois bem, nesta quinta-feira, 31, Mauro Cid fez com que as investigações chegassem cada vez mais no cangote de Bolsonaro. Isso porque o seu ex-braço direito ficou por mais de 9 horas prestando depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Vamos lembrar que na última segunda-feira, 28, o militar ficou 10 horas em depoimento. Sendo assim, Mauro Cid já reúne quase 20 horas de colaboração com os investigadores. Ninguém fica horas em depoimento só por estar, Mauro Cid quebrou o silêncio e disse tudo que sabe.
A jornalista Natuza Nery publicou em seu blog, no G1, que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro entrou na fase de pré-delação, que é quando um depoente revela os detalhes sobre a atuação de uma organização criminosa. A partir daí, a Polícia Federal vai avaliar a consistência dessas informações para que seja formalizada a tão esperada delação premiada.
Segundo apuração de Natuza, Mauro Cid pode ter se sentido tão confiante com a colaboração que sinalizou aos delegados da PF que pode ir além do escândalo das joias sauditas e do caminho percorrido pelo dinheiro de Bolsonaro. Ou seja, Cid pode ser o responsável por abrir uma nova linha de investigação, fazendo com que o destino inevitável de Bolsonaro fique cada dia mais próximo.