Haddad contesta Campos Neto e nega fim do parcelado sem juros no cartão: “não pode mexer nisso aí”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a continuidade do sistema de vendas parceladas com prestações fixas no cartão de crédito, que já representam mais de 50% das vendas no varejo, ao contrário do que foi proposto na semana passada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nesta segunda-feira, em entrevista ao advogado Walfrido Warde e ao jornalista Reinaldo Azevedo, no podcast Reconversa, Haddad esclareceu que não repreendeu Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), por suas declarações recentes no Senado sobre o fim do rotativo do cartão de crédito e das compras parceladas no cartão de crédito.
Sobre a autonomia do Banco Central, Haddad descreveu a situação atual como uma “experiência inédita no Brasil”. Ele expressou preocupação sobre a aprovação da autonomia do BC durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, o qual classificou de forma contundente como “lunático” e “psicopata”. Haddad afirmou que jamais apoiaria a autonomia do BC sob a presidência de Bolsonaro e revelou ter sugerido um mandato mais curto para o presidente do BC sob a nova regra de autonomia. Na entrevista, Haddad também esclareceu que sua sugestão de mandato reduzido não era uma crítica pessoal a Roberto Campos Neto.