A Polícia Federal deflagrou na última sexta-feira a fase ostensiva da Operação Lucas 12:2, que apura o plano executado por aliados de Jair Bolsonaro para vender presentes de luxo que foram entregues por autoridades estrangeiras ao Estado brasileiro quando Bolsonaro era presidente da República. Os valores envolvidos podem superar R$ 1 milhão.
O versículo da Bíblia que deu nome à operação diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido.”
A PF já colheu indícios de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, Mauro César Lourena Cid, um militar da reserva que mora nos Estados Unidos, venderam parte das joias de luxo que Bolsonaro recebeu de presente.
E, quando a investigação sobre o caso veio a público, o grupo deu um jeito de reaver as joias vendidas nos EUA, usando o advogado dos Bolsonaro, Frederick Wassef, como possível recomprador de um dos relógios de luxo – um Rolex.
O que você precisa saber sobre a Operação Lucas 12:2
Na Operação Lucas 12:2, a PF fez buscas e apreensões em endereços de quatro pessoas próximas de Jair Bolsonaro:
o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid e ex-colega de Bolsonaro na Aman;
Osmar Crivelatti, tenente que também foi ajudante de ordens de Bolsonaro;
Frederick Wassef, advogado que já defendeu a família Bolsonaro.
Os fatos investigados configuram crime de peculato – porque as joias apropriadas indevidamente pelos ajudantes de Bolsonaro eram do Estado brasileiro, não do ex-presidente – e lavagem de dinheiro.