As falas que Romeu Zema cometeu na entrevista para Monica Gugliano e Andreza Matais, quando defendeu uma união do Sul e do Sudeste contra o Norte e o Nordeste, unem-se a um rol nada seleto de outras pérolas proferidas pelo governador de Minas Gerais, orgulho do partido Novo. A coluna de Guilherme Amado, Metrópoles, selecionou algumas delas.
– Durante a pandemia, em outubro de 2021, em uma entrevista coletiva em que anunciava a parcela única de R$ 600 do auxílio emergencial para pessoas em extrema pobreza, Zema disse que muitas pessoas acabariam gastando o dinheiro de uma só vez no “boteco”.
“Nós sabemos, infelizmente, que muitas pessoas, ao receberem esse dinheiro, não fazem uso adequado do mesmo, vão para o bar, para o boteco, e ali já deixam uma boa parte ou quase a totalidade do que receberam. Então, se ele (auxílio emergencial) fosse pago de forma parcelada, muito provavelmente a sua efetividade social teria sido maior”, disse, sem embasamento para o que dizia, bem ao gosto do bolsonarismo.
– Em entrevista ao jornal O Globo, em 2019, o governador afirmou que “não via sentido” em haver estabilidade trabalhista para motorista e faxineiro.
– Sobre o 8 de janeiro, pôs radicais e o governo federal no mesmo barco de responsabilidades. O governo teria agido propositalmente. “Parece-me que houve um erro de uma direita radical, que, lembrando, é uma minoria. E houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizessem posteriormente de vítima. É uma mera suposição. Mas as investigações é que vão apontar se foi isso mesmo que aconteceu ou não, porque o que se demostrou naquele domingo foi uma lerdeza gigantesca de quem está ali para poder defender as instituições”, disse, à Rádio Gaúcha.
– Os dramas de seu estado também não despertam empatia. Certa vez, chamou a tragédia em Brumadinho de “incidente”. “Não tem faltado, por parte da empresa neste momento, assumir esse compromisso. Parece que desta vez eles reconheceram o erro, apesar do incidente”, disse.
– O governador vez por outra também esbanja seu repertório ilustrado. Certa vez, em entrevista a um podcast mineiro, perguntou se a escritora mineira Adélia Prado, ganhadora do prêmio Jabuti e um dos maiores nomes do estado na literatura nacional, trabalhava na Rádio Minas, onde acontecia a entrevista.