Advogados veem “perigo” e orientam Bolsonaro a “submergir” em meio às investigações do caso Zambelli e Delgatti

Advogados veem “perigo” e orientam Bolsonaro a “submergir” em meio às investigações do caso Zambelli e Delgatti

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No momento em que surgiram os primeiros relatos sobre a operação da Polícia Federal que teve como alvos a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato, os advogados de Jair Bolsonaro (PL) emitiram uma orientação conjunta a ele e ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto: “submergir”. Nas avaliações das equipes jurídicas que oferecem suporte à dupla, a operação ocorrida na quarta-feira (2) é “potencialmente mais perigosa”, segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, do que as anteriores envolvendo Bolsonaro, por dois motivos cruciais.

O primeiro está relacionado à incerteza acerca das mensagens trocadas entre Zambelli e Delgatti Neto, bem como às conversas que possam ter ocorrido acerca de Bolsonaro, do governo e da campanha eleitoral. Ademais, paira a dúvida sobre possíveis ações da deputada que poderiam levar à sua cassação. O segundo aspecto de risco é a figura do próprio hacker, atualmente em negociações com a PF para um acordo de delação premiada. Tal acordo, conforme fontes, teria como ponto atrativo fundamental a oportunidade de implicar de forma irrefutável Bolsonaro na trama golpista durante as eleições de 2022.

Enquanto a extensão dos possíveis danos decorrentes da operação permanece incerta, a recomendação é que tanto Valdemar quanto Bolsonaro evitem fazer qualquer declaração pública ou participar de eventos de caráter público. Adicionalmente, os representantes legais de Bolsonaro decidiram não deixá-lo depor até que a versão definitiva de Delgatti Neto sobre o caso seja tornada pública. Bolsonaro tem agendada uma reunião com seus advogados apenas para a próxima semana. Nos bastidores, ele tem afirmado a seus aliados que não solicitou do hacker mais do que informações e que não mantém contato com Zambelli há meses. Enquanto isso, a deputada tem transmitido mensagens à cúpula do PL nos últimos dias assegurando que “não fez nada de errado” e demonstrando ausência de preocupação com o surgimento de novas evidências que a incriminem ou que comprometam Bolsonaro.

 

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