MOSCOU, 30 de julho (Reuters) – O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, que às vezes levantou a ameaça de um conflito nuclear sobre a Ucrânia, disse no domingo que Moscou teria que usar uma arma nuclear se a contraofensiva contínua de Kiev fosse bem-sucedida.
Medvedev, que é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, órgão presidido pelo presidente Vladimir Putin, disse em uma mensagem em suas contas oficiais nas redes sociais que a Rússia seria forçada a recorrer à sua própria doutrina nuclear nesse cenário.
“Imagine se a ofensiva, apoiada pela OTAN, fosse bem-sucedida e eles arrancassem uma parte de nossa terra, então seríamos forçados a usar uma arma nuclear de acordo com as regras de um decreto do presidente da Rússia.
“Não haveria simplesmente outra opção. Então nossos inimigos devem rezar pelo sucesso de nossos guerreiros. Eles estão garantindo que um fogo nuclear global não seja acionado”, disse ele.
Medvedev, que se apresenta como uma das vozes mais agressivas de Moscou, parece estar se referindo a uma parte da doutrina nuclear da Rússia que estabelece que armas nucleares podem ser usadas em resposta a agressões contra a Rússia realizadas com armas convencionais que ameacem a existência do Estado russo.
A Ucrânia está tentando retomar o território que a Rússia anexou unilateralmente e declarou como parte de seu próprio território, uma ação condenada por Kiev e grande parte do Ocidente.
Putin disse no sábado que não havia mudanças sérias no campo de batalha para relatar nos últimos dias e que a Ucrânia havia perdido grandes quantidades de equipamento militar desde 4 de junho. Kyiv afirma que suas forças estão avançando para retomar o território, embora em um ritmo mais lento do que o desejado.
Críticos do Kremlin têm acusado Medvedev no passado de fazer declarações extremas para dissuadir os países ocidentais de continuarem a fornecer armas à Ucrânia.
*Com 247