Neste sábado (29), o Ministério das Relações Exteriores declarou que a França suspendeu toda a ajuda financeira destinada ao desenvolvimento do Níger, após uma reunião do conselho de defesa francês com o presidente Emmanuel Macron, por conta do golpe militar no país.
O governo da França pediu, através do comunicado, que a ordem constitucional do Níger volte a prevalecer.
Além do governo francês, a União Europeia (UE) também informou neste sábado que o governo instaurado no país africano não será reconhecido. O bloco europeu, assim como Estados Unidos e outros países, ordenam que o presidente eleito democraticamente, Mohamed Bazoum, seja libertado e que a ordem seja restaurada.
“A União Europeia não reconhece e não reconhecerá as autoridades do golpe no Níger”, afirmou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, em nota.
Borrel chegou a dizer que a UE está à disposição para apoiar as decisões tomadas por países da região, incluindo a adoção de sanções. Bola Tinubu, o presidente da Nigéria, deu a confirmação de que uma reunião de líderes da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental está agendada para ocorrer em Abuja neste domingo. O encontro tem como objetivo abordar e discutir a atual situação na região.
O Níger é um dos principais destinatários de ajuda dos países ocidentais, além de ser um parceiro essencial na contenção da imigração ilegal através da África Subsaariana.
Bruxelas comprometeu 503 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões) do seu orçamento, durante o período de 2021 a 2024, destinados a investimentos no Níger. Esses recursos serão direcionados para áreas-chave como educação, crescimento sustentável e governança.
Neste sábado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou que a tomada de poder no Níger representa uma ameaça ao apoio econômico dos EUA ao país africano. Ele fez um apelo pela “imediata restauração da democracia e da ordem”.
Ele ressaltou que a assistência que os EUA fornecem ao Níger, que faz total diferença na vida da população do país, está sob séria ameaça.
O Golpe no Níger
Na quarta-feira (26), o coronel Amadou Abdramane, um dos líderes do golpe, declarou em um comunicado televisionado que foi decidido, pelas forças de defesa e segurança, que o regime de Bazoum teria fim devido à deterioração da segurança e má governança.
O coronel avisou que o país permaneceria com as fronteiras fechadas e que um toque de recolher seria imposto na quinta-feira, das 22h às 5h, até que fosse decidida uma segunda ordem.
Na sexta-feira (28), o general Abdourahamane Tiani foi declarado como novo chefe de estado por líderes do golpe. A partir disso, a constituição foi suspensa e todas as instituições foram dissolvidas.
Tiani era chefe da guarda presidencial, a mesma que fechou Bazoum em seu palácio e o demitiu.
Ainda na sexta-feira, o general apareceu na televisão estatal com uma faixa o descrevendo como presidente de um recém-formado conselho militar: o Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP).