Em março, duas brasileiras ficaram 38 dias presas injustamente na Alemanha ao ter etiquetas colocadas em bagagens com cocaína; PF apura ligação do bando com PCC.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (18) 16 pessoas em uma operação contra a quadrilha que trocava etiquetas de malas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em um esquema usado para envio de drogas à Europa. As informações são da Folha.
Essa é a segunda fase da Operação Colateral, que identificou os líderes da organização criminosa. Foram cumpridos 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e 16 de prisão temporária —dois seguem foragidos— nas cidades de Guarulhos e São Paulo.
Cinco dos alvos dos mandados são suspeitos de serem os líderes e responsáveis pela operação criminosa. Eles conseguem a droga e determinam o dia do embarque, o destino e como ela é levada ao aeroporto, segundo as investigações. Desses cinco, quatro foram presos e um está foragido.
De acordo com o delegado da PF Felipe Faé Lavareda de Souza, há a possibilidade de que o esquema tenha ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A expectativa é analisar os materiais apreendidos na ação para comprovar essa ligação e também chegar a mais envolvidos.
Uma das hipóteses é de que a facção permitia a chegada da droga e a existência do esquema, mediante a cobrança de um valor.
No esquema, segundo a Polícia Federal, as malas com drogas entravam no aeroporto pelo setor nacional, depois eram desviadas para o internacional —com ajuda dos funcionários que integravam a quadrilha— e levadas de forma clandestina para as aeronaves.
Os executores do esquema eram funcionários do aeroporto e até de algumas companhias aéreas, de acordo com a investigação. No momento da prisão, dois suspeitos tentaram se livrar dos aparelhos celulares, segundo o delegado.
Um tentou quebrar o aparelho, que ficou com avarias. Outro jogou o celular pela janela da casa, no telhado do vizinho. Mesmo assim, ambos foram recuperados e apreendidos pela PF.
A PF estima que a quadrilha atuava havia dois anos no Aeroporto Internacional de Guarulhos e que pode ter ramificações em outros aeroportos do Brasil, inclusive em Viracopos, em Campinas (interior de SP).