O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez críticas sobre a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, sobre o bolsonarismo. Pacheco chamou o comentário de Barroso de “inadequado, inoportuno e infeliz”.
—Foi muito inadequado e inoportuna e infeliz a fala do ministro Barroso no evento da UNE em relação ao um segmento político, uma ala política a qual eu não pertenço, mas que é uma ala política, a arena política se resolve com as manifestações políticas e com a ação política dos sujeitos políticos. O ministro do STF evidentemente deve se ater ao seu cumprimento constitucional de julgar aquilo que é demandado—disse Pacheco nessa quinta-feira (13).
Barroso falou em derrota do bolsonarismo durante seu discurso no 59° Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), nesta quarta-feira. A declaração foi dada após ataques da plateia do evento, que exibiu uma faixa chamando o ministro de ‘inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016’.
— Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas — falou o magistrado.
O discurso de Barroso defendeu também o livre direito à manifestação e criticou a ditadura. Ele estava acompanhado no palco do ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Flávio Dino.
Pacheco criticou ainda a presença de Barroso no evento.
— A presença do ministro em um evento de natureza política, com uma fala de natureza política é algo que reputo infeliz, inadequado e inoportuno. E o que eu espero é que haja por parte de Barroso uma reflexão em relação a isso isso e eventualmente uma retratação do alto da sua cadeira de ministro do STF e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte— disse Pacheco.
Questionado se o ministro ainda teria condições de julgar Bolsonaro, Pacheco respondeu:
—Olha, se não houver um esclarecimento em relação a isso, mesmo uma retratação quanto a isso, até para se explicar a natureza do que foi dito, evidentemente que isso pode ser interpretado como uma causa de impedimento ou de suspeição. Mas obviamente que isso cabe ao ministro e cabe ao judiciário julgar. Aí eu que digo que eu não posso interferir nesse tipo de de discussão—disse o senador.