O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que a Procuradoria Geral da República faça uma apuração preliminar sobre declarações do empresário Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, dizendo que seria “agente infiltrado” do senador Sérgio Moro (União-PR). A decisão do ministro está sob sigilo.
Tony Garcia é ex-deputado estadual do Paraná. Ele colaborou com investigações do Ministério Público paranaense contra o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), nas fraudes do Consórcio Nacional Garibaldi e no caso Banestado.
Nas últimas semanas, o empresário tem dito em entrevistas que atuou como “agente infiltrado” do então juiz Sergio Moro, responsável pelo caso Banestado, e procuradores do Paraná.
A PGR acionou o Supremo pedindo uma série de providências. Toffoli autorizou que a Polícia Federal tome o depoimento de Tony Garcia em 30 dias.
Ficou estabelecido que ele deve entregar documentos e eventuais denúncias por ele formuladas, além de indicar encontros e conversas com o então juiz federal Sérgio Moro e demais membros do Ministério Público Federal que tenham culminado no eventual direcionamento de acordos de colaboração premiada.
Também fica autorizado o pedido de informações e compartilhamento à Justiça Federal do Paraná sobre eventuais decisões de afastamento dos sigilos telefônicos-telemáticos de Tony Garcia.
Em junho, Tofolli havia determinado a suspensão dos processos que envolvem o empresário na Justiça Federal de Curitiba. O ministro ainda mandou que sejam encaminhadas cópias de “todos os feitos em que ele figure como parte, testemunha ou investigado” ao STF.