A deputada federal Erika Hilton denunciou o pastor evangélico.
O Ministério Público de Minas Gerais abriu inquérito contra o pastor André Valadão para apurar se ele cometeu crime de homotransfobia, diz Mônica Bergamo, Folha.
O órgão atende a uma apresentação protocolada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Ela denunciou um culto feito pelo líder religioso em junho, mês em que é comemorado o Orgulho LGBTQIA+, chamado “Deus odeia o orgulho”.
“Considero que hoje é o mês que Deus mais repugna na humanidade”, disse o pastor. Valadão afirmou ainda que citar o termo irrita a força maior do cristianismo, que “odeia e repugna qualquer atitude de orgulho, só o uso da palavra Deus já condena”.
Hilton pede que os posts e vídeos sejam excluídos das redes sociais. Procurado, ele não respondeu até a publicação deste texto.
O nome do pastor evangélico estava entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta segunda-feira (3) após um novo ataque a pessoas LGBT+. Em um culto, ele insinuou que os fiéis deveriam matar membros da comunidade LGBT+.
O episódio ocorreu no domingo (2) na Igreja Batista Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos. A cerimônia foi transmitida online.
“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirmou o pastor. “Ele diz: ‘Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora está com vocês.”
Valadão, então, insiste com os fiéis: “Não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”. A deputada fez uma denúncia complementar desta fala mais recente, para ser anexada ao processo.
Além de Erika Hilton, o ativista Agripino Magalhães Júnior vai apresentar uma denúncia crime ao Ministério Público de São Paulo contra André Valadão. Ele afirma que fará um dossiê com falas homofóbicas do pastor.
“Acabou o tempo que pessoas podem ofender a população LGBTQIA+ como querem, chamando isso de ‘opinião e liberdade de expressão’. LGBTfobia é crime, e homofóbicos devem pagar por isso”, diz o ativista.