Os poderes e as atribuições da Presidência da República têm, hoje, o suporte de 74% dos brasileiros que, de acordo com pesquisa inédita Genial/Quaest, desejam a manutenção do presidencialismo no país. O apoio ao atual sistema de governo é superior aos 12% da população que, também segundo o levantamento, acredita que deveria existir uma transição para o parlamentarismo. Há ainda uma parcela de 14% sem opinião formada sobre o tema, diz Lauro Jardim, O Globo.
O resultado contrapõe movimentos recentes de Arthur Lira que defende uma mudança para o semipresidencialismo, com o objetivo de “diminuir a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo” (a declaração é de março passado). O modelo teria um primeiro-ministro como chefe de governo, diminuiria a autonomia do presidente e reforçaria o protagonismo crescente do Congresso (uma ascensão, aliás, patrocinada pelo próprio Lira).
Lira, ao reiterar a ideia, há três meses, destacou que, se aprovada no Congresso, ela poderia valer a partir de 2034 — ou seja, sem impacto para Lula e uma eventual reeleição.
Entre os eleitores do presidente no segundo turno do ano passado, de acordo com a Genial/Quaest, o apoio ao presidencialismo é de 78%, ante 8% ao parlamentarismo (14% não souberam responder).
Já entre os apoiadores de Jair Bolsonaro no último pleito, 73% preferem a lógica presidencial, enquanto 16% optam pela parlamentar (e 11% deixaram de opinar).
Dos entrevistados que afirmaram ter votado nulo ou em branco na disputa entre os dois candidatos, 71% preferem o presidencialismo, 11% o parlamentarismo e 18% não responderam.
A pesquisa foi feita entre 15 e 18 de junho e ouviu 2.029 brasileiros acima dos 16 anos. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.