O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem trabalhado no momento na investigação contra Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O julgamento já foi iniciado e será retomado na próxima terça (27). A solicitação feita pelo PDT se refere a convocação do ex-presidente a embaixadores de 40 países para desacreditar a segurança das urnas eletrônicas em reunião no Palácio da Alvorada que foi transmitida pela TV Brasil.
Mas além desse julgamento uma ala do TSE quer que outros dois processos contra Bolsonaro avancem no tribunal até o final de novembro, data em que o ministro Benedito Gonçalves deixa o cargo de corregedor-geral da Justiça Eleitoral. As informações são trazidas por Carolina Brígido no UOL.
De acordo com a reportagem, acelerar estas ações garantiria que o corregedor Gonçalves seria o relator das AIJEs (Ações de Investigação Judicial Eleitoral) e não o seu sucessor, o ministro Raul Araújo.
Ter o atual ministro como relator significa votos mais estáveis, alinhado ao do presidente da casa, o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Por outro lado, Araújo é visto como próximo a Bolsonaro, chegou a proibir manifestações políticas em festivais, notadamente contra Bolsonaro, como ocorreu no Lollapalooza.
O que acontece se Bolsonaro se tornar inelegível?
Caso Bolsonaro se torne inelegível por oito anos no julgamento já iniciado as outras ações julgadas pouco terão efeito sobre a situação do ex-presidente em caso de nova condenação. Porém estas ações, são mais 15 (outras 4 do PDT, 8 da coligação Brasil da Esperança, uma de Ciro Gomes e duas de Soraya Thronicke), envolvem outras pessoas que podem se tornar inelegíveis nestes novos julgamentos do tribunal. Ao todo, outras 73 pessoas são investigadas nestes processos.
Ao que se refere as duas ações que podem ser julgadas até o fim de novembro, uma trata sobre a disseminação de fake news e envolve os filhos de Bolsonaro, as deputadas Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF), o deputado Ricardo Salles e mais dezenas de pessoas.
Já a outra ação lança investigação sobre o chamado “pacote de bondades” do ex-presidente que foram medidas realizadas às vésperas da eleição, o que é proibido pela lei eleitoral. Nesse caso também responde o então candidato a vice na chapa, Walter Braga Netto.
É previsto que a fase em que se colhe depoimentos das testemunhas indicadas comece em agosto para ambas as ações.
*Com informações UOL