A reunião do Copom desta quarta-feira, que manteve a Selic em 13,75% pela sétima vez seguida, foi mais dura do que o esperado pela maior parte do mercado financeiro. Na equipe econômica, tanto a manutenção quanto o texto do comunicado foram muito mal vistos, porque não houve uma sinalização clara por parte do Banco de que os juros irão, de fato, cair no próximo encontro, em agosto, diz O Globo.
Confirma abaixo os três principais pontos da decisão:
1) SEM INDICAÇÃO CLARA DE CORTE: No comunicado, o Banco Central não fez nenhuma indicação de que irá de fato cortar os juros em agosto, como esperava o governo e parte do mercado financeiro. Embora essa hipótese não esteja descartada por vários economistas, o cenário provável mais otimista passa a ser por uma redução na reunião de setembro. “O Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas e avalia que a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”, disse o Banco.
2) PACIÊNCIA E PARCIMÔMIA: O Banco Central votou a falar em paciência e parcimônia na condução da política monetária. “O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
3) SEM RISCO DE ALTA: Embora o BC não tenha indicado corte de juros iminente, um pouco do comunicado foi mais leve, em relação às reuniões anteriores. Saiu do texto o risco de alta dos juros, uma ameaça que vinha rondando o país este ano. “O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. Esse trecho foi excluído.