Nova mensagem golpista complica situação de ex-ajudante de Bolsonaro

Nova mensagem golpista complica situação de ex-ajudante de Bolsonaro

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Prestes a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8/01, a CPMI do Golpe, e na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre o mesmo tema, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, terá muito a explicar aos parlamentares.

A revista Veja revelou que a Polícia Federal (PF) encontrou no celular dele mais mensagens de cunho golpista e ainda um roteiro para consolidar a ação.

De acordo com a publicação, a maioria das mensagens foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, em dezembro do ano passado.

“Cid, pelo amor de Deus, o homem [Bolsonaro] tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, da divisão para baixo está. Assessore e dê-lhe coragem”, diz Jean Lawand Junior em uma delas.

Sobre o esquema, foi encontrado um documento de três páginas chamado de “Forças Armadas como poder moderador”.

O plano consistia numa intervenção das Forças Armadas, novas eleições e substituições de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No celular do militar, a PF já encontrou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por meio do qual respaldava os militares a participarem de um golpe de Estado.

Também foram obtidas mensagens entre o tenente-coronel e Ailton Barros, ex-militar e amigo de Bolsonaro, tramando golpe.

Preso desde o mês passado, por envolvimento na falsificação de cartão de vacina de Bolsonaro e familiares, o ex-ajudante de ordem está mira de duas CPIs.

Na CPMI do Golpe, ele e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, serão os primeiros a depor.

Nesta quinta-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou seu depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Repercussão

A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), que é membro titular da CPMI, diz que as novas mensagens não deixam dúvidas sobre o que estava sendo planejado no país.

“O CELULAR DO CID. E continuam a surgir mais provas de que havia um golpe em curso contra a democracia brasileira. Documentos encontrados pela PF no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revelam trama macabra para cassar ministros do STF, nomear um novo TSE e decretar um estado de sítio sem prazo para novas eleições. Queriam repetir 1964. Sem anistia! Que todos paguem pelos crimes cometidos!”, escreveu a líder no Twitter.

Na mesma linha, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) diz que é preciso avançar para as punições.

“GRAVÍSSIMO! Reportagem da Veja mostra de forma irrefutável a tentativa de golpe orquestrada dentro do Planalto, envolvendo o braço direito de Bolsonaro e altos oficiais. Ele sabia, ele deve pagar por seus crimes contra a democracia! BOLSONARO INELEGÍVEL! GOLPISTAS NA CADEIA!”, postou.

“Eles planejaram e tentaram dar um golpe, sim! Agiram criminosamente e devem pagar por isso. Viva a democracia!”, publicou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), disse que o envolvimento do ex-presidente é claro.

“Estamos cada vez mais próximos da verdade dos fatos. Bolsonaro esteve no centro das decisões de todos os atos golpistas. Para não sujar as mãos, se utilizou de seus empregados, como o tenente-coronel Mauro Cid. Tudo será investigado e nada ficará impune!”, disse.

* Vermelho

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