Os trabalhadores da Eletrobras e representantes de movimentos sociais marcharam hoje até a porta da Eletrobras no Rio de Janeiro.
A mobilização acontece depois da repercussão de reportagem do jornal Folha de S. Paulo que vazou áudio de reunião no qual os conselheiros de administração admitem que quem montou planejou a privatização, montou o Conselho de Administração e comanda a Eletrobras é o acionista minoritário 3G Radar, de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, o trio de bilionários que quebrou a Light e as Lojas Americanas.
Manifestantes pediram a dissolução imediata do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da Eletrobras, além de investigação e responsabilização dos articuladores do golpe em curso na Eletrobras.
A 3G Radar decide os rumos da empresa com apenas 0,05% do capital votante enquanto o Estado, com 43% das ações não consegue sequer indicar um conselheiro de administração.
“O povo brasileiro merece que a privatização fraudulenta da Eletrobras seja investigada, como está acontecendo nas Lojas Americanas, onde foram encontradas várias irregularidades, principalmente com relação ao grupo 3G, que tem mandado na Eletrobras com menos de 1%. Queremos que o Governo retome o poder dentro da Eletrobras como maior acionista da empresa com 43% das ações e assim cancelar as demissões em curso na empresa após a privatização, e continuar com a luta para reestatizar a Eletrobras”, disse Victor Frota Secretário de comunicação da CTB/DF e dirigente do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (Stiu/DF).
Os eletricitários da Eletrobras também realizaram ato na porta da Câmara dos Deputados para denunciar as diversas irregularidades promovidas pela atual gestão da empresa.
No Congresso Nacional já funciona uma frente parlamentar pela reestatização da Eletrobras, coordenada pelo deputado Alencar Santana (PT/SP).
Antes mesmo da divulgação dos áudios que comprovam o controle da empresa pela 3G Radar, a Advocacia Geral da União ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade para assegurar direito da União a voto proporcional à sua participação societária na empresa. Segundo a União, a forma como a empresa foi criada causa grave lesão ao patrimônio e ao interesse público.
O engenheiro Ikaro Chaves, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (AESEL) afirma que é urgente que o STF analise a ADI impetrada pela União. Ele explica que só quem pode dissolver o Conselho e a diretoria da Petrobras são os acionistas, “mas eles estão sob controle dessa empresa que detém apenas 0,05% do capital votante; por isso, é urgente que a União tenha o poder de voto proporcional à sua participação acionária”.
Também foi protocolada denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVN). “Os órgãos competentes precisam investigar a administração fraudulenta que hoje impera na Eletrobras”, defende o diretor da AESEL.
* Vermelho