O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) pediu para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar um “eventual pedido de prisão” que seja apresentado contra ele. Ribeiro reagiu a uma nota do colunista Lauro Jardim, que informou que a Polícia Federal (PF) irá pedir a prisão do parlamentar, por ele ter admitido que ajudou manifestantes golpistas.
Na manifestação, protocolada no início da noite desta sexta-feira, advogados de Ribeiro afirmam que a fala dele foi tirada de contexto e que ele ajudou apenas os “os mais carentes” que estavam acampados em frente a um quartel do Exército em Goiânia, mas que considera “bandidos” os que participaram dos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Na petição, a defesa também argumenta que a Constituição de Goiás determina que deputados só podem ser presos “em flagrante de crime inafiançável”, e que a prisão terá que ser confirmada pela Assembleia Legislativa no prazo de 24 horas.
“Feitas essas explanações, requer a rejeição de eventual pedido de prisão preventiva contra o peticionante, porquanto incabível e desnecessária”, afirma a equipe de advogados, comandada pelo ex-senador Demóstenes Torres.
Na terça-feira, durante discurso na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Ribeiro afirmou que “também deveria estar preso”, por ter ajudado o acampamento.
— A prisão do coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei. Eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta. Porque sou patriota.
A declaração foi dada ao defender a liberdade do coronel Benito Franco, preso pela PF em abril em uma das fases da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas. Franco foi solto na quinta-feira, dois dias após a fala.
Depois da repercussão negativa, Ribeiro afirmou que sua fala foi distorcida e que os acampamentos apoiados por ele com terminaram antes do dia 31 de dezembro e não tiveram qualquer relação com os ataques na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro