Quem nesse país não percebeu o tratamento vip que Claudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, recebeu de Sergio Moro quando este disse que as contas de Claudia e o dinheiro movimentado no exterior não tinham nada a ver com Cunha?
A moça, viciada em sapatos e bolsas caríssimos, certamente, tinha uma renda vinda dos céus.
O fato é que, na verdade, por ordem de Moro, a Lava Jato, nunca, jamais importunou Eduardo Cunha, nunca o investigou ou associou toda a sua rede de picaretagens a um esquema pesado de corrupção, que contaminava quase todo o Congresso.
É bom lembrar que foi através de Rodrigo Janot, na época, Procurador-geral da República, que os documentos do Ministério Público suíço fez chegar às mãos do Ministério Público brasileiro, um raio-x das contas secretas que o condenado tinha em mais de quatro países e, junto, o mesmo Ministério Público suíço fez questão de divulgar tanto na imprensa suíça quanto na brasileira para que Moro, muito a contragosto, condenasse o maior vigarista da história da República brasileira.
GAMBÁ CHEIRA GAMBÁ
Agora, sabe-se que, através do delator Tony Garcia, por que tanto zelo de Moro com Eduardo Cunha.
E aqui abre-se um parêntese. Durante o governo Dilma, a mídia tratou Cunha como o imperador do Brasil, assim como tenta hoje fazer com deslegitimar a cadeira presidencial de Dilma Rousseff.
Como havia um complô entre a Lava Jato e a grande mídia, sobretudo a Globo, para, juntos, entregar a cabeça da presidenta na bandeja aos banqueiros que estavam furibundos, por conta da maior queda de juros da história desse país, o que enfureceu a agiotagem nativa, os dois, Moro e Cunha, segundo Tony Garcia, tinham um acordo de gaveta, clandestino, para que Moro trabalhasse como ganso para alcagoetar uma penca de políticos e empresários que faziam parte de um suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
Nesse sentido, a coisa foi tão séria, que Moro conseguiu segurar Cunha na presidência da Câmara até o final do golpe para, depois, ser arrancado a fórceps por Teori Zavascki, por uma fieira de crimes, o que, logicamente, obrigou Moro a condená-lo.
Jamais Moro mandou a Lava Jato escaramuçar a fortuna de Cunha que o MP da Suíça tinha denunciado.
Então, qualquer pessoa, um cadiquinho mais atenta, percebia que tinha um acordo de cavalheiros milicianos entre Moro, Cunha e, consequentemente, a própria mídia para que Cunha fosse preservado o máximo possível e pagasse o mínimo pelos seus incontáveis crimes de corrupção.