Interlocutores do clã Bolsonaro têm procurado pessoas ligadas à defesa e à família do ex-ministro Anderson Torres e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid para colher informações sobre ambos, que estão presos, diz Bela Megale, O Globo.
O movimento é visto por gente próxima a Torres e Cid como uma espécie de monitoramento sobre as chances de os aliados fazerem algum acordo com a Justiça, inclusive delação, que possa atingir o ex-presidente.
Políticos e militares que tiveram contato com ambos também têm feito chegar ao clã Bolsonaro informações sobre a disposição deles em delatar. O recado que eles têm recebido, até então, é no sentido de “tranquilizar” o clã. Nenhum dos dois apresenta, hoje, intenção de falar nada.
As investidas incluem ainda pedidos de reuniões com os interlocutores de Torres e Cid. No caso do ex-ministro, pessoas ligadas a ele passaram a evitar encontros com os filhos de Bolsonaro. Publicamente, Bolsonaro fala pouco sobre os aliados, mas, nos bastidores, tem defendido Torres e Cid com frequência e se refere a ambos como “perseguidos”.
A mesma postura não é adotada por auxiliares do ex-presidente, que têm colocado, em especial, na conta de Cid, a operação sobre fraude de certificados de vacina que culminou numa busca na casa de Bolsonaro.