Chico Buarque, ao receber o prêmio Camões, para lá de merecido, deixou claro que foi do pântano das organizações industriais de mídia que emergiu o monstro fascista.
Muito mais do cínica, vil e choldra, a mídia brasileira, nessas duas décadas, foi puramente fascista. Daí, Chico, além de dar uma bela esmerdada no jornalismo de fundo de poço que a mídia industrial chafurdou com a ridícula hecatombe da gravata que janja comprou para Lula.
Foi o momento mais descontraído, hilário da cerimônia porque representou, de forma cômica, não menos dura, um crítica extremamente ácida a essa espécie de burrice nacional, tendo as redações brasileiras como puxadoras de coro.
Instrumentalizada pela fascismo nativo, a mídia produziu não só o bolsonarismo que dizimou 700 mil vidas de brasileiros durante a pandemia, como conseguiu deixar o Congresso Nacional sua imagem e semelhança.
Daí o alerta de Chico Buarque sobre a sobrevivência do fascismo no Brasil, porque ele não se esgota com a saída de Bolsonaro do poder, porque, como ficou provado na espetacularização da compra da gravata de Lula, que Bolsonaro não é causa, mas consequência que chegou ao poder pelas mãos de uma mídia cada dia mais fascista.
Chico fez barba, cabelo e bigode numa fala breve, mas extremamente nobre, dura e sem deixar de ser cômica diante da jocosidade do jornalismo de quinta que se pratica no Brasil.
Salve Chico Buarque, o grande gênio popular!
Exato momento em que Chico Buarque evidencia a miséria da mídia comercial brasileira – a inútil, medíocre e indigna cloaca por onde escorre a burguesia nacional. pic.twitter.com/nxrtHenqyy
— Tiago Barbosa (@tiagobarbosa_) April 24, 2023