Dilma Rousseff tomou posse como presidente do Banco dos Brics e falou em polo alternativo do poder global, além do grupo de países ricos.
Xangai – Pouco antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cutucar os países ricos e criticar duramente as instituições financeiras comandadas por eles, como o Fundo Monetário Internacional, a ex-presidente Dilma Rousseff fez seu primeiro discurso público como chefe-mor do Banco dos Brics. E, na mesmíssima linha, defendeu um novo modelo de governança global que contemple os interesses dos países emergentes, diz o Metrópoles.
Dilma realçou a importância dos Brics – o bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e especialmente do banco que vai comandar, na tarefa de “liderar um modelo de desenvolvimento que proponha um mundo próspero e desenvolvimento compartilhado por toda a humanidade”.
“Queremos que a prosperidade seja comum a todos os países”, afirmou a ex-presidente. Ela defendeu a necessidade de se construir um mundo mais “multilateral e multipolar”, em que as decisões que afetam a vida das pessoas não sejam tomadas apenas pelos países mais ricos.
Assim como o discurso de Lula, o pronunciamento de posse de Dilma seguiu a linha da proposta dos Brics de criar um polo de poder na cena global que seja alternativo ao restrito clube de países mais ricos do mundo, liderado pelos Estados Unidos.
É essa também a toada que rege a estratégia diplomática chinesa para disputar com os Estados Unidos o posto de principal potência do planeta neste século – ou seja, tanto Lula quanto Dilma, no primeiro dia da visita oficial do presidente à China, da potência asiática, ecoaram ideias e planos bastante alinhados com a cartilha de Xi Jinping.