Vídeo: “Querem me ver morto”, diz Adélio à irmã, que o visitou na penitenciária

Vídeo: “Querem me ver morto”, diz Adélio à irmã, que o visitou na penitenciária

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Joaquim de Carvalho seguiu os passos de Maria das Graças Oliveira em Campo Grande, onde, além de visitar o irmão, esteve com a juíza que deve ouvir Adélio num caso de interdição.

Por Joaquim de Carvalho, 247 – A dona de casa Maria das Graças Ramos de Oliveira visitou o irmão, Adélio Bispo, na Penitenciária Federal de Campo Grande. Foi a primeira visita presencial, e o 247 acompanhou (veja vídeo abaixo).

“Querem me ver morto”, disse Adélio, segundo a irmã. Adélio acusou o antigo advogado, Zanone Júnior, de ter atuado contra os interesses dele. “(O advogado) pediu medida de segurança, me trancou aqui dentro e nunca veio me visitar, saber como estou”, afirmou.

Maria das Graças também acusou o advogado de não ter atendido ao pedido da família para visitar o irmão. “Nem atende aos telefonemas do meu menino (filho)”, declarou.

No entanto, o advogado se tornou curador processual de Adélio, depois de ser afastado a pedido dele. E é entrevistado pela imprensa corporativa como se ainda fosse responsável por sua defesa. Disse que Adélio estava sendo medicado na penitenciária e, por isso, opinava que ele não deveria sair de lá.

Não é verdade. Adélio disse à irmã que não toma remédio, porque não sabe o que lhe está sendo entregue. E também porque estaria se sentindo bem.

O último laudo psiquiátrico sobre sua situação de saúde, de julho do ano passado, confirma que ele não é medicado, e recomenda sua transferência para um hospital psiquiátrico, o que a Justiça ignorou.

Dois advogados, Edna Teixeira e Alfredo Marques, assumiram a causa da irmã de Adélio e, além da visita, deram entrada na Justiça com uma ação para que Maria das Graças tenha a curatela do irmão, o que afastaria Zanone Júnior e permitiria à família ter acesso aos autos, além de pleitear sua transferência para tratamento ambulatorial, residindo em casa.

A juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 2a. Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, aceitou a ação e disse que ouvirá Adélio, conforme determina o Código de Processo Civil, em caso de interdição.

Como Adélio escreve cartas e tem plena consciência de sua situação jurídica, ele poderia ser considerado capaz ou semi-incapaz, o que provocaria uma reviravolta no caso.

Na hipótese de que seja considerado incapaz, também poderia haver repercussão no processo que ainda tramita em Juiz de Fora – o inquérito foi reaberto, e assim permanece.

É válida a procuração que um incapaz passa para um advogado? A princípio, não. Nesse caso, ele teria sido sentenciado à medida de segurança – quando o autor de um crime é considerado insano e não pode ser condenado – sem ter tido, efetivamente, defesa.

A juíza Cíntia Letteriello recebeu Maria das Graças no Fórum de Campo Grande. Os advogados também participaram da audiência, por acesso remoto. A magistrada disse que Maria das Graças deveria ficar tranquila porque o caso será tratado como todos os outros em sua Vara, sem levar em conta os aspectos políticos que envolvem o episódio.

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