Apesar de afirmar que joias foram um presente para o Estado brasileiro, ex-ministro não mencionou os itens no relatório formal da viagem.
Segundo o Metrópoles, o relatório de viagem do então ministro de Minas e Energia no governo de Jair Bolsonaro (PL), Bento Albuquerque, não menciona qualquer presente da Arábia Saudita, como as joias que entraram ilegalmente no Brasil.
Os servidores da administração pública precisam escrever relatórios descrevendo o que fizeram em viagens a serviço. O Metrópoles solicitou ao Ministério de Minas e Energia os documentos referentes à comitiva que foi ao país árabe em outubro de 2021, encabeçada pelo ministro, em pedido de Lei de Acesso a Informação (LAI).
Em depoimento à Polícia Federal, em 14 de março, Albuquerque afirmou que as joias eram um presente para o Estado brasileiro. Assim, é estranho que o chefe da pasta não tenha registrado o gesto diplomático no relatório da viagem.
O ministério forneceu dois relatórios, além do escrito pelo então ministro de Minas e Energia. Há, ainda, o documento feito pelo militar Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do ministro flagrado com um dos conjuntos de joias – aquele com o colar avaliado em R$ 16,5 milhões – e o registro do diplomata Christian Vargas.
única menção às joias é feita por Soeiro e somente porque o militar perdeu o voo em decorrência da fiscalização da Receita Federal que apreendeu o conjunto de joias.
“No dia 26, regressei ao Brasil, chegando na cidade do Rio de Janeiro no dia 27/10/2021, em razão de inspeção da Receita dos itens ofertados ao Estado brasileiro pelo Reino Saudita, a qual impossibilitou o meu embarque no voo originalmente adquirido”, escreveu o militar.
Os outros dois integrantes da comitiva chegaram a seus destinos um dia antes, em 26 de outubro de 2021.