Hoje o Brasil começou a passar a limpo com uma das várias pendências com a legalidade que o Estado possuí com a sociedade.
Nesta segunda-feira o advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a empreiteira Odebrecht, realizou o seu depoimento para a justiça do Paraná e entregou à Justiça fotos e gravações que comprometeriam o ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil-PR). E ainda prometeu entregar ainda mais materiais para a sua acusação de que Sergio Moro e Deltan Dallagnol prometeram vantagens em seu processo na lava jato caso aceitasse pagar por valores em dinheiro frutos de uma suposta extorsão contra o advogado.
Além disso juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, prestou um importante serviço ao Estado Democrático de Direito e determinou que o advogado seja incluído em um programa de proteção a testemunhas do governo federal e a contragosto do procuradores da República de Curitiba, negou que fosse decretado sigilo de nível 4 (um dos mais altos) aos materiais que já foram e ainda serão enviados.
Em seu depoimento o advogado citou Deltan Dallagnol, Sergio Moro, advogado Carlos Zucolotto (ex-sócio de Rosângela Moro e padrinho do casamento do casal Moro) e o advogado Fabio Aguayo.
No depoimento ele afirma que era prática comum a indicação de escritórios de advocacia por parte de procuradores e juízes e que “todo mundo sabia”, nas palavras do próprio Tacla Duran, “essa era uma prática comercial corriqueira”.
Além disso, há algo interessante.
O promotor que acompanhou o depoimento do advogado Tacla Duran é Walter José Mathias Junior. Durante uma afirmação do advogado de que Walter era colega de Deltan Dallagnol, o procurador admitiu ser amigo pessoal de Deltan Dallagnol.
Em dezembro de 2022 o procurador também assinou uma apoiando procuradores da lava jato punidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A nota era referente a pena de suspensão por 30 dias ao procurador da República Eduardo El Hage e pena de censura à procuradora da República Gabriela Câmara, ambos fizeram parte da extinta força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.
A decisão foi tomada no procedimento administrativo disciplinar, aberto em outubro de 2021, contra os membros da antiga força-tarefa por vazamento de informação sigilosa.
Precisamos aguardar para saber quais serão as informações enviadas pelo advogado e qual será o grau de comprometimento da justiça brasileira com a justiça de fato.
Pelo visto está só começando.
Coisas estranhas
Já está na hora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), CNMP e o Supremo Tribunal Federal investigarem as “coisas estranhas” que ocorrem em Curitiba.
O caso PCC-Moro segue religiosamente todo o modus operandi da lava jato. Vazamentos convenientes, informações tendenciosas e descontextualizadas e perversão do sistema de justiça.
É preciso que seja explicada essa estranha frequência com que a vara de Curitiba é declarada incompetente por “pegar” ações que não são de sua competência e principalmente essa suposta “prática comercial corriqueira”, apontada por Tacla Duran.