Relatório da Missão Evangélica Caiuá ainda aponta ligação de autoridades com garimpo e desvio de medicamentos destinados aos indígenas.
A missão evangélica que mais recebeu recursos do governo Jair Bolsonaro (PL) para atuar junto aos indígenas na Amazônia não apenas reconhece a influência política na administração dos recursos, como aponta a ligação de autoridades com os garimpeiros.
No dia 24 de janeiro, a Missão Evangélica Caiuá, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil e que recebeu R$ 872 milhões ao longo do governo Bolsonaro, elaborou um relatório onde lista uma série de denúncias creditadas a “colaboradores que não querem nem podem ser identificados, pois suas vidas estariam em risco”.
A primeira denúncia é que o DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena – é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) por desvio de medicamentos por parte do coordenador.
“O coordenador é cargo político, e o dono da pasta da saúde indígena que controla o DSEI Yanomami, é o Senador Mecias de jesus (sic)”, afirma o documento, citando o senador do Republicanos.
Vale lembrar que Mecias e seu filho – o deputado Jhonatan de Jesus, escolhido como representante da Câmara no Tribunal de Contas da União – foram responsáveis pela escolha dos últimos gestores do distrito.
De acordo com a missão, “o próprio presidente do controle social tem envolvimento com o garimpo” e “existem relatos sobre a troca de medicamento por ouro”.
O documento também destaca os casos de desnutrição grave na região do Surucucu e em outras comunidades, e também a ocorrência de “casos de malária, verminoses, diarreia e doenças do trato respiratório, como pneumonia”, em todo o território.
*Com GGN