Ele não tem mais jeito; o Exército ainda tem.
Nos anos 1980, os militares puniram Bolsonaro por indisciplina. Ele planejou atentados à bomba em quartéis como meio de pressão por salário mais alto. E foi garimpeiro sem que seus superiores soubessem. Acabou expurgado do Exército.
Por que generais do Alto Comando do Exército, agora, resistem à ordem de Lula de punir com rigor os militares que contribuíram ou que se envolveram diretamente com a fracassada intentona de 8 de janeiro? Até podem concordar em punir, mas sem rigor.
Foi Bolsonaro que mudou ou o Exército? Bolsonaro não mudou. Uma vez indisciplinado como militar, defensor da tortura e da ditadura, golpista, continuou assim como presidente. Acabou na Flórida, depois de passar 4 dias sem tomar banho.
O Exército foi que mudou. Reconciliou-se com Bolsonaro, considerado um “mau militar” pelo general Ernesto Geisel, o quarto presidente da ditadura de 64. Apoiou sua eleição em 2018 e chorou sua derrota no ano passado.
Bolsonaro não tem mais jeito. Com medo de ser preso, refugiou-se nos Estados Unidos de onde, em breve, será obrigado a sair. Se não voltar, e mesmo que não seja preso, se tornará inelegível. O Exército ainda tem jeito se os generais quiserem.
*Noblat/Metrópoles