Excesso de provas amplia pressão sobre Bolsonaro em ações no TSE

Excesso de provas amplia pressão sobre Bolsonaro em ações no TSE

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Tribunal colheu impressões digitais do ex-presidente em processos que pedem sua inelegibilidade.

Quando livrou Jair Bolsonaro de um processo pelo disparo de mensagens em massa na eleição de 2018, o TSE lançou uma advertência. O ministro Alexandre de Moraes disse que conhecia o mecanismo usado para espalhar desinformação e avisou que o tribunal cassaria quem repetisse aquela conduta em 2022. “Não podemos criar de forma alguma um precedente avestruz. Todo mundo sabe o que ocorreu”, declarou.

Segundo Bruno Boghossian, Folha, aquele julgamento, os integrantes do TSE reconheceram as irregularidades da campanha, mas não conseguiram provar a participação direta de Bolsonaro na divulgação de notícias falsas. Sem essa conexão, segundo os ministros, não houve elementos suficientes para cassar o mandato do então presidente. O avestruz enterrou a cabeça no chão.

Bolsonaro não deve ter esse amparo zoológico nos novos processos que ameaçam seus direitos políticos. O TSE “sabe o que ocorreu” em 2022 e tem um rol generoso de provas da participação direta do ex-presidente nos ataques ao processo eleitoral.

O tribunal colheu impressões digitais de Bolsonaro em uma série de episódios ao longo dos últimos anos. Ele divulgou falsas suspeitas sobre as urnas eletrônicas na emissora de TV do governo, repetiu teorias conspiratórias para um grupo de diplomatas, ordenou que o Ministério da Defesa liderasse uma investida contra o sistema e determinou que seu partido acionasse o TSE para anular parte da votação.

As ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro ainda receberam um reforço com a inclusão da minuta que pretendia estabelecer medidas de exceção para reverter o resultado das urnas. Na segunda-feira (16), o TSE incluiu em um desses processos o documento encontrado na casa de seu ex-ministro da Justiça.

No julgamento sobre a campanha de 2018, Bolsonaro saiu ileso por falta de provas e porque o TSE reconheceu o alto custo político de cassar um presidente no exercício da função. Os novos processos contam com um excesso de provas e miram um político fora do cargo.

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