Prédio foi o mais depredado; salão virou amontoado de cadeiras e móveis desmantelados
Os peritos da Polícia Federal precisaram trabalhar ao longo de três dias para lidar com o rastro de destruição no STF (Supremo Tribunal Federal).
No último domingo (8), o prédio foi o mais atacado por manifestantes golpistas, que também vandalizaram o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional —todos na praça dos Três Poderes, em Brasília.
O repórter fotográfico da Folha Pedro Ladeira acompanhou parte do último dia de trabalho da perícia no STF, na quarta (11). Cerca de 50 profissionais colheram, desde segunda (9), digitais e indícios que podem identificar autores do vandalismo. Restauradores também recolheram fragmentos de peças históricas.
A depredação atingiu as áreas internas dos três pisos do prédio, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Pequenos cacos do que sobrou de um vaso chinês que ornamentava o salão nobre do Supremo foram cuidadosamente resgatados para análise e possível restauração. O próprio salão virou um amontoado de cadeiras e móveis desmantelados.
No plenário, onde ocorrem os julgamentos, a visão a partir da mesa da presidência do STF era de poltronas e mesas destruídas, além de papéis espalhados no chão. Até estruturas de mármore foram arruinadas, bem como bustos que adornavam o hall de entrada.
Os vândalos ainda tentaram incendiar cadeiras do plenário e a sala da Presidência, exercida atualmente pela ministra Rosa Weber.
Os painéis de vidro da fachada que não foram estilhaçados exibiam mensagens frequentemente empregadas por bolsonaristas, como “a pior destruição é o comunismo” e “feliz é a nação cujo Deus é o senhor”. Ironicamente, uma Bíblia também restou no chão entre os escombros do dia 8 de janeiro.
*Com Folha