Symmy Lerrat, de 30 anos, será a secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ no governo Lula. Ela é uma mulher trans e performer “drag queen”, que já atuou em outras funções públicas, tanto no governo Dilma Rousseff (PT) como na prefeitura de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad (PT).
A pasta que a travesti comandará está vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, do ministro Silvio Almeida. “Desde cedo comecei a atuar na militância social de bairro, depois igreja, movimento estudantil, de comunicação e, mais tarde, LGBTQIA+”, disse a nova secretária em entrevista ao jornal O Globo.
Ela já foi secretária do Conselho Estadual LGBT e chegou ao governo federal como assistente na coordenação LGBT. Lá, foi convidada pela gestão de Haddad para implementar o “Transcidadania” na capital paulista. O programa foi o primeiro em políticas públicas interseccionais para pessoas transgênero no país e chegou a ser premiado internacionalmente. “Confesso que tenho muito a agradecer a este homem [Haddad], que me deu a oportunidade de fazer o que mais me orgulho na vida”, disse Symmy.
Entre 2013 e 2016, Symmy ocupou a função de coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT no governo da presidenta Dilma. Em sua passagem, deixou contribuições significativas, como o Decreto de Nome Social. Agora, ela está de volta ao governo federal em uma posição de mais destaque. De acordo com Symmy, o grande desafio será avançar mais e resgatar conquistas que ficaram pelo caminho.
“Com certeza o momento carrega uma importância simbólica por tudo que vivemos nos últimos quatro anos. Eu deixei o governo (Dilma) por conta de um golpe e foi doloroso assistir aquele momento e a tantos desmontes de nossas existências. Mas agora voltamos para corrigir esses fatos. Temos de reconstruir as políticas públicas que foram desmontadas no governo anterior e acolher as demandas urgentes para que a nossa população possa seguir em frente com o respeito que merece”, afirmou.