Entre os suspeitos estão pastor bolsonarista, jornalista, dois deputados estaduais e vereador.
Desde a deflagração de operação da Polícia Federal contra atos antidemocráticos, dois deputados estaduais, um vereador, um jornalista e um pastor bolsonarista foram presos no Espírito Santo, suspeitos de envolvimento em manifestações do tipo.
De acordo com a Folha, o pastor bolsonarista Fabiano Oliveira foi preso nesta segunda-feira (19), em Vila Velha (ES). Sua prisão foi confirmada pela Sejus (Secretaria de Justiça do Espírito Santo). Ele deu entrada no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 pela manhã.
Desde a última quinta-feira (15), quando se iniciou a operação da PF, também foram presos no estado o jornalista Jackson Rangel Vieira, que está na Penitenciária de Segurança Média 1, e o vereador de Vitória, Armando Fontoura Borges Filho, o Armandinho Fontoura (Podemos), que também deu entrada no Centro de Detenção Provisória de Viana 2, informou a Sejus.
Além deles, segundo a Secretaria, o deputado estadual Carlos Von (DC) teve instalada uma tornozeleira eletrônica, assim como o deputado estadual Luciano Castelo de Assumção, o Capitão Assumção (PL), todos na mesma operação e também suspeitos de colaborar com atos antidemocráticos.
A Folha tentou contato, mas não conseguiu localizar as defesas do pastor Fabiano Oliveira e de Jackson Rangel Vieira até a conclusão desta reportagem.
A reportagem ligou quatro vezes e enviou e-mail, mas não obteve resposta dos gabinetes de Carlos Von e Armandinho Fontoura. Caso haja resposta, o texto será atualizado. Já o gabinete do deputado Capitão Assumção diz que não se manifestará a respeito.
Em vídeo divulgado em redes sociais de apoiadores antes de ser preso, o pastor Fabiano Oliveira pede proteção e “exílio militar”, em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército de Vila Velha.
Nas imagens, ele chama o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de bandido, e se vítima de perseguição política.
Com a deflagração da operação, a PF cumpre 81 mandados de busca e apreensão nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.
As medidas foram expedidas por Moraes, que também preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele ainda determinou o bloqueio de contas bancárias e perfis de redes sociais dos investigados.
O balanço parcial da PF registrou a apreensão de 21 armas e 200 munições. Em um dos endereços, em Santa Catarina, foram encontradas 11 armas, entre elas uma submetralhadora, um fuzil e rifles com luneta.
Por meio de nota, o STF diz que “a operação se baseou em uma rede de investigação formada por relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos estados”.
Segundo a Corte, os levantamentos das corporações identificaram “patrocinadores de manifestações, financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueio”.
A nota ressalta que a investigação apura a atuação de três grupos “envolvidos no crime de abolição violenta do Estado democrático de Direito”.
Foram mapeados três grupos envolvidos nos bloqueios. O dos líderes, organizadores, financiadores e fornecedores de apoio logístico; os proprietários e condutores de caminhões; e os proprietários e condutores dos veículos utilizados, por exemplo, no “transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas e transporte de banheiros químicos”.