Luana Gomes foi vítima de racismo na noite de sexta (10), na sede da Acadêmicos da Asa Norte. Autora do crime foi presa em flagrante.
Na noite de sexta-feira (9/12), por volta das 20h, a jornalista Luana Gomes foi vítima de preconceito quando trabalhava como produtora no evento Quintal do Samba, na sede da Acadêmicos da Asa Norte. Ela foi xingada de “preta desgraçada” e “macaca” por uma cliente que aguardava na fila da bilheteria.
De acordo com o boletim de ocorrência, a acusada, identificada como Priscila Pereira, ainda não havia entrado no evento, quando pediu para usar o banheiro. Os seguranças a impediram, pois ela ainda não havia comprado o ingresso, mas Luana, que produzia o evento, prontificou-se a acompanhá-la.
“No percurso do banheiro, ela já estava me insultando, falando que a festa estava ruim. E, nesse percurso, eu percebi que o que ela queria mesmo não era ir ao banheiro, mas entrar de graça, porque ela parou para falar com várias pessoas. Além disso, quando chegamos na porta do sanitário, ela desistiu de usá-lo”, conta Luana.
Quando as duas voltaram, Priscila se virou para a jornalista e proferiu as seguintes palavras: “Preta desgraçada”, em referência à cor dela.
Outras pessoas no local presenciaram o xingamento. Uma das organizadores do evento que estava na entrada chamou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que prendeu a mulher em flagrante.
A vítima registrou boletim de ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), mas a acusada negou a autoria do crime de racismo. Em depoimento, Priscila alegou que Luana a empurrou dentro do banheiro e que, no caminho de volta, disse: “Você é uma escrota”.
A acusada negou a agressão verbal e ainda afirmou que foi “casada com um homem negro”, que tem “filhas negras” e que “namora um homem negro”. Ela foi liberada após pagar fiança no valor de R$ 2,5 mil.
Luana publicou sobre o ocorrido em sua página do Instagram:
Em nota de repúdio, o Quintal do Samba afirmou que sempre pregou respeito e que está na linha de frente da da luta antirracista.
“Gostaríamos de prestar nossa solidariedade à nossa amiga e colaboradora Luana Gomes, que foi vítima de declarações racistas de uma frequentadora da festa. É inaceitável que o preconceito e o racismo continuem a ter espaço em nossa sociedade. No samba, símbolo da luta do povo negro, esse tipo de comportamento precisa ser combatido pelos músicos, pelas produções e pelo público. Iremos até o fim junto com Luana para que esse crime não seja esquecido e para que a criminosa seja punida devidamente“.
*Com Metrópoles