Gilberto e Flora Gil perseguidos antes do jogo no estádio onde o Brasil estreou na Copa do Qatar.
Ciro Gomes e a esposa Giselle Bezerra atacados grosseiramente no aeroporto de Miami.
Ministros dos tribunais superiores hostilizados em frente ao hotel Nova York.
Rodrigo Maia e a companheira Vanessa Canado insultados num resort no litoral da Bahia.
A equipe do UOL cercada por vândalos quando fazia reportagem no acampamento golpista montado diante da Academia Militar de Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro.
Após a derrota na eleição, os cachorros loucos do bolsonarismo saltaram das milícias digitais para as ruas, dentro e fora do país, para perseguir o que eles chamam genericamente de “comunistas”.
Em fúria, os golpistas não escolhem mais hora ou lugar para extravasar todo seu ódio e covardia, a marca registrada da herança maldita do bolsonarismo que assolou o país nos últimos 4 anos.
Atiçados pelo “Mito” durante a campanha eleitoral, com seu “apito de cachorro” disparado nos palanques, os devotos desta seita maldita agora atacam ônibus escolares e escolas, como aconteceu em Santa Catarina e no Espirito Santo, enquanto seu “Mito” se homizia no Palácio da Alvorada, onde conspira em obsequioso silêncio. Até quando vai isso?
O que move essa gente que bloqueia as estradas e acampa em frente aos quartéis, para pedir intervenção militar e impedir a posse de Lula, é a impunidade, a certeza de que têm costas quentes. Quando são pegos em flagrante saem de férias ou pedem licença de saúde, como o covarde diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal e o ministro golpista do Tribunal de Contas da União.
Nenhum dos agressores foi preso até hoje.
Alguns foram logo identificados, como os dois que cercaram o casal Rodrigo Maia no Hotel Tivoli: Helio Camargo Junior e Tamara Renno, que ainda não foram chamados para depor. Agora, Maia pediu à Polícia Civil da Bahia que investigue o casal para processá-los na Justiça por stalking. Pedirá que eles sejam condenados por injúria e difamação, o mínimo que poderia fazer para defender sua honra.
Em vídeo que gravou após a agressão verbal que sofreu no Qatar, Gilberto Gil, que há pouco completou 80 anos, agradeceu “por essa rede de solidariedade por conta dessa coisa estúpida. É o terceiro turno na verdade, né, os inconformados querendo manter essa coisa de ódio”.
Uma das primeiras mensagens a Gil foi enviada por Caetano Veloso: “Meu irmão na música e na vida, @GilbertoGil foi injuriado por bolsonaristas no Qatar. Ele tem 80 anos e estava com sua esposa. Quero prestar solidariedade ao gênio Gil e dizer que nós, os artistas, assim como a verdadeira sociedade, esperamos que os criminosos sejam punidos.”
Neste domingo, Ciro e Giselle foram surpreendidos no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos, por uma mulher alterada que começou a gritar e gravar no celular: “Olha aqui, gente, quem está aqui em Miami, aquele que se aliou ao bandido do PT, ó, Ciro Gomes, na fita aqui em Miami. Traidor. Falou um monte de bos** do Lula e se aliou a ele. Está aqui, ó, passeando em Miami, enquanto vocês estão aí passando dificuldades”.
A equipe do UOL foi cercada, agredida e teve um celular arrancado da mão, na sexta-feira, enquanto fazia uma reportagem no acampamento golpista montado em frente à Aman, que foi visitado por Bolsonaro no dia seguinte, a primeira aparição pública do presidente, mais de três semanas após a eleição. A equipe contava com um destacamento da Polícia do Exército para fazer sua proteção, mas isso não impediu as agressões.
Seis integrantes do bando avançaram sobre os jornalistas, que foram orientados a voltar para o carro, acompanhados de uma escolta da PE, e mesmo assim eles entraram em seus próprios carros e passaram a seguir a reportagem.
Se nem a Polícia do Exército é capaz de conter a fúria desses cachorros loucos é porque está mesmo tudo dominado. Nem os ministros do STF e do TSE escapam. A polícia de Nova York está investigando quem financiou a manifestação dos golpistas.
É capaz de que lá eles tenham problemas.
Ninguém foi preso até agora.
Vida que segue.
Balaio do Kotscho/Uol