O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, manteve encontros com o ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, e foi aconselhado por estrategistas do político americano a contestar o resultado da eleição da qual seu pai saiu derrotado, segundo publicou o jornal The Washington Post na quarta-feira. Ele também fez contato com correligionários e conselheiros do ex-presidente americano.
Enquanto “dezenas de milhares” de apoiadores do presidente brasileiro acampam na frente de quartéis do Exército para protestar contra a derrota de Bolsonaro no segundo turno, destacou o jornal, integrantes do círculo íntimo de Bolsonaro estão se encontrando com conselheiros de Trump para discutir “os próximos passos” após a derrota para Lula na disputa presidencial.
Eduardo Bolsonaro embarcou para a Flórida depois de 30 de outubro, dia do segundo turno, e se encontrou com Trump em sua resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach. Segundo o jornal, ele conversou por telefone também com estrategistas da campanha do ex-presidente americano, como Stephen Bannon e o antigo porta-voz de Trump, Jason Miller, fundador da rede social Gettr. As conversas foram sobre o alcance dos protestos pró-Bolsonaro e as possíveis contestações do resultado das eleições brasileiras, segundo contou Bannon ao jornal.
Eduardo Bolsonaro também discutiu assuntos como a liberdade de expressão e o bloqueio de contas em redes sociais de apoiadores de Bolsonaro, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). De acordo com a reportagem, a vontade de Bannon é que Bolsonaro conteste as eleições como maneira de promover os protestos no Brasil, já que o próprio estrategista acredita que é impossível uma recondução de Bolsonaro ao cargo de presidente.
O The Washington Post também lembrou que o PL, partido de Bolsonaro, entrou com uma ação nesta semana no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para invalidar os votos de cerca de 250 mil urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020, a partir de informações falsas sobre as urnas.
O jornal rememorou ainda que o filho do presidente fez várias viagens aos Estados Unidos para conversar com aliados de Trump e que inclusive estava em Washington quando o Capitólio foi invadido por apoiadores do republicano em janeiro de 2021, depois que ele perdeu a eleição para o democrata Joe Biden.