Está chegando o momento de questionarmos os mercados de forma inédita, não só no Brasil como no Mundo. O mercado financeiro é o grande financiador do fascismo em todo o Planeta no presente e no passado. Não há dúvidas a respeito disso entre historiadores, cientistas políticos, economistas e filósofos. Uma vez apoiadores do Nazi-fascismo, os mercados não possuem a prerrogativa de opinar e muito menos exercer pressões sobre os rumos da política econômica no Brasil – em especial após a eleição de Lula.
Como manobra diversionista, os mercados buscaram transparecer a ideia de “equidistância” das disputas políticas no Brasil ao longo do ano eleitoral mas não é segredo para ninguém que o setor financeiro apoiou o regime Bolsonaro e desejou sua continuidade no Brasil. Esta não é uma dedução especulativa qualquer, os porta-vozes da Avenida Faria Lima declararam explicitamente por meio de suas plataformas propagandísticas da grande imprensa monopolista. Para citar exemplos, a fala da jornalista de economia Thaís Heredia no boletim diário “CNN Money” da manhã do dia 31 de Outubro, horas após a divulgação do resultado do pleito eleitoral de 2022 deixou claro: “Não é segredo para ninguém que a Faria Lima gostaria que o resultado fosse diferente”.
Está conflagrada uma luta de interesses materiais de uma classe minoritária endinheirada sobre uma enorme população trabalhadora e assalariada que tem sido massacrada não só no Brasil como no Mundo. Esta luta por décadas foi mascarada, abrandada ou abafada, entretanto, à medida que a Crise Histórica do Capital se aprofunda de forma cada vez mais inédita, a luta pelo controle dos dispositivos legais e a queda de braços entre detentores dos meios de produção e camadas exploradas na população torna-se cada vez mais clara.
A vitória de Lula tem um significado claro, a população não quer um modelo exploratório de país e, embora Lula tenha conciliado com vários setores comprometidos com a lógica de exploração, o campo dominante da vitória de Lula é o seu grande lastro popular que vê em seu representante máximo uma oportunidade de impor refluxo às medidas de ataques aos quais a população trabalhadora brasileira tem sido alvo de forma mais aberta desde o Golpe de Estado de 2016.
O mercado se defende alegando que sua participação na Constituição seria legitimada por meio da Lei Complementar Nº 101/2000 ou a Emenda Constitucional 95/2016 que norteiam sobre limites fiscais no Brasil. O que é preciso deixar claro é que em grande medida estes remendos constitucionais expressam os desejos do parasitismo financeiro internacional e não um conjunto de medidas administrativas de equilíbrio de contas. A verdadeira medida equilibrada de contas no Brasil passa por um investimento ativo do Estado na economia produtiva do Brasil que por sua vez leva ao aumento do consumo interno e do consequente desenvolvimento das empresas brasileiras. Para que esta economia nacional seja alavancada, o Estado precisa ser o financiador principal, ignorando o sistema parasitário financeiro e improdutivo aos quais a maior parte dos países é refém. Não há mais espaço para esse tipo de ideologia cretina.
O fato destas leis de “responsabilidade” fiscal terem avançado em nada significa a legitimidade delas porque em grande medida estas leis avançaram à revelia da imensa população brasileira que não têm o mesmo poder de influência que o Grande Capital dispõe sobre o Congresso brasileiro. Que legitimidade é essa? O fato destes projetos terem avançado não significam nada e não podem, portanto, serem levados a sério por um governo comprometido com os interesses da imensa maioria da população brasileira que é vítima do parasitismo financeiro. Este é um momento histórico e decisivo onde acuar o parasitismo financeiro é uma obrigação do governo atual. BASTA: os mercados não vão pautar a política econômica do Brasil!