Vídeo: Bolsonaro em rádio incomoda passageiro, que é expulso por motorista

Vídeo: Bolsonaro em rádio incomoda passageiro, que é expulso por motorista

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Um professor de Campo Grande (MS) usou as redes sociais para denunciar que foi vítima de um caso de intolerância política ao ser expulso de um carro de aplicativo. Segundo ele, a expulsão ocorreu porque ele pediu que o motorista trocasse a estação de rádio que estava ouvindo.

O caso ocorreu na noite de ontem e o passageiro, Thiago Moura, chegou a registrar parte da conversa dentro do veículo em um vídeo, divulgado nas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver parte da discussão entre os dois. “O senhor não é o meu patrão, o senhor tem que entender isso. Eu estou ouvindo a rádio porque gosto de ouvir a notícia”, diz o motorista, afirmando que vai deixar o passageiro em “local seguro” e dizendo que “ninguém nunca reclamou do rádio”.

“Você não tem preparo nenhum, vai me deixar na rodovia? E se eu for assaltado?”, questiona o professor, antes de ser convidado a se retirar do veículo às margens da BR-163, na saída de Campo Grande em direção a São Paulo.

Em entrevista ao UOL, o professor explicou que o caso ocorreu por volta das 18h, quando ele saia de uma aula na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para outra escola na qual lecionava.

A rádio em questão veiculava, segundo o professor, propagandas favoráveis ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

Ele disse que se abrigou em uma firma que estava fechando e conseguiu pedir outro carro de aplicativo, que o levou até o destino final.

“É um episódio de intolerância política o motorista do aplicativo não querer ter dentro do carro dele alguém que não esteja disposto a ouvir propagandas favoráveis ao Bolsonaro. Mais grave do que isso é o fato dele me expulsar do carro simplesmente pelo fato de eu pedir para ele trocar de rádio. Mesmo sem eu tocar no nome de Lula ou Bolsonaro, mesmo sem eu falar que discordava daquilo que estava sendo dito”, afirmou o professor.

Ele aponta, ainda, que se sentiu em risco e usou a câmera do celular como uma forma de proteção durante a corrida.

“Acredito que pela postura dele, absolutamente descontrolada, exaltada, se eu não pegasse o celular para gravar, ele poderia me agredir, me enxotar do carro no meio da rua. A partir do momento em que eu peguei o celular para gravar, ele abaixou o som, baixou o tom de voz e falou de forma mais controlada”, disse.

Thiago abriu um chamado no aplicativo da Uber e relatou o ocorrido, mas, até a noite de hoje, não recebeu retorno sobre as medidas tomadas pela empresa.

Em nota, a Uber afirmou que espera que motoristas e usuários não se envolvam em discussões e orientou que eles contatem imediatamente as autoridades policiais em casos de ameaça. A empresa informou, ainda, que está às ordens das autoridades.

“Os motoristas parceiros da Uber são independentes e, como todo brasileiro, têm direito a ter sua posição política. No entanto, negar-se a atender uma pessoa em razão de seu credo, raça, nacionalidade, religião, necessidade especial, orientação sexual, identidade de gênero, estado civil, idade ou inclinação política configura violação dos termos de uso e ao código da comunidade, o que não é tolerado na parceria”, pontuou a empresa.

*Com Uol

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