Mais de 12 horas após a derrota nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não falou sobre o assunto. Candidato à reeleição, ele perdeu a disputa de segundo turno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Confira:
Com 100% das urnas apuradas, o petista obteve 50,90% (60.345.999) dos votos válidos, enquanto Bolsonaro, 49,10% (58.206.354). Nesta manhã, o mandatário deixou o Palácio da Alvorada rumo ao Palácio do Planalto, onde despacha, e não falou com a imprensa. Apoiadores também não compareceram.
Antes de deixar a residência oficial, Bolsonaro recebeu um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e o candidato a vice-presidente da República general Braga Netto. Também estiveram no palácio presidencial o ajudante de ordens Mauro Cesar Cid e o assessor especial Max Guilherme.
Já no Palácio do Planalto, o deputado federal e líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), compareceu, mas também não deu indícios de que o presidente se manifestará sobre a eleição. Durante pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda na noite de domingo, quando o presidente da Casa reconheceu a vitória do petista, o parlamentar o acompanhou.
Desde a confirmação da vitória do petista, por volta das 19h57 da noite de domingo, Bolsonaro não havia se pronunciado. O atual chefe do Executivo federal apenas admitiu a derrota ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Ao proclamar o resultado das eleições para presidente da República, Moraes relatou ter ligado para os candidatos que concorreram ao pleito.
Além de não ter feito declaração à imprensa, Bolsonaro e seu entorno mais próximo — incluindo filhos e ministros palacianos — não se manifestaram nas redes sociais. Nesta segunda-feira (31/10), Bolsonaro não possui compromissos públicos como presidente da República.
Apoiadores de Bolsonaro
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) foram do entusiasmo ao choro na Esplanada dos Ministérios na noite deste domingo (30/10). Em ato para acompanhar a apuração, os manifestantes viram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser reeleito, e muitos afirmaram que o pleito foi fraudado.
O movimento teve início mais cedo e começou a ganhar corpo por volta de 18h, quando o petista passou Bolsonaro na parcial dos resultados. Nesse instante, o clima foi de desânimo. A fim de animar os presentes, o trio elétrico chegou a tocar músicas que chamavam mulheres da esquerda de cadelas.
Em seguida, começou uma onda de orações. Às 19h40, com 98% das urnas apuradas, houve revolta. “Não pensem que vamos aceitar uma eleição fraudulenta às custas de fake news e interferência do Judiciário”, disse uma mulher no trio.
Quem estava rezando em cima do carro de som também pediu oração para que “Deus entre com intervenção no TSE”. Blogueiros em meio ao público fizeram lives com ataques ao Tribunal Superior Eleitoral e à imprensa.
No carro de som, os locutores pediram para que os militantes não fossem embora até o pronunciamento oficial de Bolsonaro. Ele, no entanto, se calou.
*Com Metrópoles