Relação de Bolsonaro com ditadores varia de acordo com agenda ideológica

Relação de Bolsonaro com ditadores varia de acordo com agenda ideológica

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Presidente estreitou laços com representantes da ultradireita e com líderes controversos.

As menções elogiosas do presidente Jair Bolsonaro (PL) a líderes do regime militar no Brasil são conhecidas —das repetidas declarações sobre o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra a homenagens públicas a presidentes do período.

Quando o assunto é política externa, no entanto, sua relação com ditaduras e governos autoritários não segue um padrão; é determinada principalmente pelo lado do espectro ideológico desses regimes. Bolsonaro provoca com frequência o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua relação com ditaduras latino-americanas à esquerda, como Venezuela, Cuba e Nicarágua.

Ao mesmo tempo, já elogiou ditadores históricos na região, como o chileno Augusto Pinochet e o paraguaio Alfredo Stroessner. E mantém laços próximos com representantes da ultradireita que são seus contemporâneos, eleitos na esteira da ascensão do trumpismo, tanto quanto com líderes do Oriente Médio cujos regimes são marcados por violações de direitos humanos.

Veja abaixo um breve histórico das relações do atual presidente com líderes e regimes autoritários:

ESTADOS UNIDOS
Bolsonaro inspira boa parte de sua atuação política na do ex-presidente Donald Trump —incluindo a retórica golpista que, intensificada às vésperas das eleições em ambos os casos, resultou, no contexto americano, em uma invasão do Capitólio.

O republicano se tornou modelo para a ultradireita que ascendeu na última década, fazendo uso de estratégias digitais maciças e defendendo pautas conservadoras. Trump apoia a reeleição de Bolsonaro, devolvendo ao brasileiro a torcida expressa no embate contra Joe Biden.

HUNGRIA
O primeiro-ministro Viktor Orbán é um dos maiores aliados internacionais de Bolsonaro. Ele já foi chamado de “irmão” pelo brasileiro e apoia sua reeleição —um representante do governo húngaro chegou a oferecer ajuda à campanha em uma reunião ministerial.

Nos seus dez anos no poder, Orbán conseguiu aprovar leis que usurparam a autonomia universitária, retrocederam nos direitos da população LGBTQIA+ e concentraram poder em suas mãos. Ele também é acusado de violações de direitos humanos e criticado por medidas anti-imigração e contra a liberdade de imprensa.

POLÔNIA
O presidente Andrzej Duda foi um dos poucos líderes com quem Bolsonaro se encontrou durante a última Assembleia-Geral da ONU. Desde sua vitória nas urnas, o PiS (Lei e Justiça), partido de Duda, implementou reformas para aumentar o controle sobre o Judiciário, que lhe valeram uma investigação por parte da União Europeia —ainda em curso— e o rebaixamento em rankings de liberdades democráticas.

*Com Folha

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