Moraes cobra informações da PF sobre operação contra deputado em Alagoas

Moraes cobra informações da PF sobre operação contra deputado em Alagoas

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O senador Renan Calheiros apontou ao TSE interferência de Arthur Lira na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Superintendência da Polícia Federal de Alagoas preste as devidas informações sobre a operação que abordou o presidente da Assembleia Legislativa de AL, Marcelo Victor (MDB), em um hotel e o levou para depor. Moraes deu prazo de 48 horas à PF.

A decisão de Moraes, desta terça-feira (11/10), ocorre no âmbito de uma ação do diretório estadual do MDB, assinada pelo senador emedebista Renan Calheiros. O parlamentar alegou que os agentes da PF “invadiram” o Hotel Ritz Lago da Anta para abordar Marcelo Victor e um assessor, “sem mandado de busca e sem qualquer causa provável”. Na ocasião, a PF afirmou ter encontrado uma mala com R$ 145 mil e material de campanha de Marcelo Victor.

Renan Calheiros indicou “suspeita de que tenha ocorrido interferência política do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, junto à Superintendência da PF, para que fosse realizada a operação, a fim de causar prejuízos eleitorais a Marcelo Victor”. O senador disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou o comando da PF em Alagoas a pedido de Arthur Lira (PP-AL).

“Determino, à Superintendência da Polícia Federal de Alagoas que, no prazo de 48 horas preste as devidas informações, mediante a apresentação de cópia dos documentos existentes que justifiquem o ingresso de seus agentes no dia 30 de setembro de 2022, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, ocasião no qual abordado o Presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, candidato a deputado estadual pelo MDB, Marcelo Victor”, escreveu Moraes na decisão.

Alianças políticas

Nesta terça-feira (11/10), foi deflagrada uma outra operação da PF com potencial de interferir no 2º turno da eleição pelo governo de Alagoas. A 19 dias da votação, a PF afastou o governador e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), por meio de uma decisão da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz.

A corporação cumpriu 31 mandados de busca e apreensão contra suposta prática de rachadinha, no ano de 2019. À época, Paulo Dantas era deputado estadual.

Paulo Dantas concorre ao cargo de governador do Estado. Ele é apoiado por Renan Calheiros e pelo ex-presidente e candidato Lula (PT). Renan Calheiros diz que há perseguição em Alagoas e aponta Arthur Lira como autor. O presidente da Câmara apoia o adversário de Paulo Dantas na disputa pelo governo alagoano, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil).

“Em 5/10 alertei o TSE e MP: AL é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades. Pedi a troca do superintendente, cabo eleitoral de Arthur Lira que sonha com a Gestapo. Lira levou uma surra. Vencemos em 83 cidades, elegemos o senador e temos 60% dos votos no 2º turno (Ibrape)”, escreveu Calheiros no Twitter, nesta terça-feira.

Calheiros disse que o caso deveria ser julgado pela Justiça de Alagoas porque o caso remonta a 2017, quando Dantas ainda não era governador. Ele afirmou que uma “armação” de Lira fez o caso subir para o STJ e disse que irá ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a decisão de Laurita Vaz expedida “a poucos dias para a eleição”.

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